O tratamento farmacológico da obesidade tem sofrido drásticas mudanças com o desenvolvimento e a pesquisa de novas drogas. O entendimento de alguns conceitos-chave é crucial para o uso racional de medicamentos anti-obesidade.
O tratamento só está justificado quando combinado com mudanças na dieta e no estilo de vida, sendo que a eficácia de todos os agentes depende da mudança nutricional e de comportamento.
A utilização de medicamentos não cura a obesidade, e quando descontinuado, o ganho de peso é esperado. O tratamento da obesidade deve obrigatoriamente ser realizado sob supervisão médica, sendo a escolha das drogas definidas caso a caso para tratamento de pacientes portadores de obesidade nos graus 1, 2 ou 3, ou em situações de outras doenças associadas.
Os medicamentos classificados como anoréticos trazem como efeitos colaterais alterações de comportamento, depressão, agitação, síndrome do pânico. Como atuam também no sistema cardiovascular, podem levar a aumento de frequência cardíaca, aumento de pressão arterial, perda de massa magra e outras situações decorrentes destas já citadas, tais como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e quadros psiquiátricos mais graves.
A utilização em tratamentos subsequentes, sem a devida mudança de estilo de vida e de hábitos alimentares, produz o já conhecido efeito sanfona, levando a perdas menores de peso quando de novas utilizações.
O uso destas drogas em associações com um ou mais medicamentos de ação no sistema nervoso central (calmantes), diuréticos, hormônios tireoideanos e/ou laxantes é vedado pelo Conselho Federal de Medicina.
Rubens Martins Júnior, endocrinologista