A indicação de uma cirurgia envolve a gravidade da doença, sua repercussão clínica e as condições gerais do paciente. A cirurgia de adenoidectomia é indicada nos casos em que a hipertrofia da adenóide é responsável por obstrução respiratória significativa, podendo levar ao ronco contínuo, respiração bucal, infecções de vias aéreas, alteração do sono e do humor, alterações de concentração, sonolência diurna, alterações de micção noturna, alteração do crescimento facial, apnéia do sono, alterações de deglutição (alimentação) e fonatórias (de fala).
Em outros casos, a adenóide, mesmo pequena, pode funcionar como foco de infecções, uma vez descartadas outras causas prováveis (rinites, anemias e refluxo gastroesofágico). Também aqui se indica a exérese (remoção por cirurgia) da mesma.
O tecido adenoideano localizado na rinofaringe está próximo do óstio de drenagem da tuba auditiva, podendo obstruí-lo nas hipertrofias, levando a infecções de ouvido de repetição ou às otites crônicas, causadoras de perda auditiva na infância (transitórias ou definitivas). Nestes casos, a exérese da adenóide está indicada e às vezes torna-se necessário também um procedimento combinado no ouvido.
Uma pergunta frequente dos pais é se a imunidade da criança vai se desenvolver adequadamente se houver a retirada precoce da mesma. Trabalhos estão comprovando que não haverá interferência neste processo com uma cirurgia bem indicada.
Uma vez retirada a adenóide obstrutiva, melhora-se o fluxo nasal e costuma-se observar uma melhora secundária das rinites, o que não exclui a necessidade de continuar o tratamento específico das mesmas e cuidados de higiene nasal.
Claudia Vaz, otorrinolaringologista