As pessoas são envolvidas por fenômenos acústicos desde a concepção. Durante a formação do bebê, de uma nova vida, existem vibrações, movimentos e sons e este pode ser um dos motivos da atração e aproximação do ser humano ao fenômeno musical. Por meio destes fenômenos, mais especificamente com seu resgate pela memória, pelo seu reconhecimento e descoberta, é possível transformar estes elementos em linguagem musical.
Quando digo memória, refiro-me a uma memória celular, desde o momento da concepção, não como um conhecimento cognitivo, mas como um conhecimento intuitivo, que fica registrado como uma impressão, um molde para a vida.
O espaço sonoro é o primeiro espaço psíquico do ser humano e o ''banho'' melódico, sonoro-musical por meio dos sons do corpo, da voz da mãe e do pai, do ambiente, dos acalantos põe à disposição do bebê um primeiro espelho sonoro, que irá estruturar as primeiras qualidades psíquicas do bebê. Portanto, a musicoterapia durante a gestação promove saúde para o bebê e sua família.
O bem-estar pode ser construído desde a concepção. Daí a necessidade de buscar recursos que contribuam para uma formação integrada do indivíduo.
Marília Aguilar Lopes, musicoterapeuta graduada pela UnifmUSP