O diabetes mellitus, a hipertensão arterial, a dislipidemia (aumento da taxa de lipídios no sangue) e a obesidade promovem alterações na superfície endotelial dos vasos sanguíneos, com consequente redução do óxido nítrico (vasodilatador). Esta disfunção endotelial das artérias atua como ''gatilho'' para a aterogênese (inflamação e envelhecimento).
A atividade física realizada de maneira organizada interfere positivamente na prevenção primária das doenças cardiovasculares, pelos efeitos favoráveis sobre os fatores de risco e a disfunção endotelial.
Paralelamente à dieta e medicação, o exercício físico representa um dos alicerces no tratamento e prevenção do diabetes mellitus. Um estudo científico demonstrou a redução da progressão para o diabetes mellitus nos indivíduos com intolerância à glicose submetidos a cerca de 150 minutos por semana de exercícios e recomendações dietéticas.
A obesidade abdominal está associada à síndrome metabólica, que por sua vez representa importante fator predisponente ao diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular. A participação em um programa de moderada intensidade com 150 minutos por semana, progredindo para 200 a 300 minutos, é recomendada a indivíduos com sobrepeso e obesidade.
Quando comparado às dietas hipocalóricas, o gasto calórico provocado pelo exercício pode ser pouco expressivo na redução do peso dos indivíduos obesos. Mas é consenso que a associação de exercício e dieta hipocalórica representa um dos pilares da intervenção não farmacológica proposta para os indivíduos com excessso de peso.
Segundo pesquisadores, há redução do risco de doenças cardiovasculares nos indivíduos inicialmente sedentários que se tornam moderadamente ativos. Aqueles que permanecem sedentários apresentam maior risco para doenças cardiovasculares e diabetes mellitus, além de mortalidade por todas as causas.
Fernando Garcia Rocha, cardiologista