São muitos os riscos de nadar ou praticar grandes esforços físicos depois das refeições. Todos os órgãos do corpo recebem oxigênio, sais minerais, proteínas e outras substâncias que são essenciais ao funcionamento de suas células. Tais substâncias - muitas delas são fontes de energia - são transportadas através do sangue, que flui pelos vasos sanguíneos.
Os vasos sanguíneos têm a capacidade de se dilatar (vasodilatação) ou de se contrair (vasoconstricção) dependendo das necessidades de sangue que os órgãos precisarem. Há em nosso organismo os chamados órgãos nobres, como o coração e o cérebro, que não podem permanecer por muitos minutos sem um bom fluxo sanguíneo. Caso isso ocorra, pode haver a falência destes órgãos.
Após uma refeição copiosa, o estômago necessita de um maior aporte de sangue para realizar o mecanismo da digestão. Desta forma, os vasos sanguíneos que irrigam o estômago fazem uma vasodilatação, aumentando a quantidade de sangue recebido e consequentemente há uma diminuição da irrigação de outros órgãos.
Com isso, os órgãos nobres também passam a receber menos sangue. Ao fazer um grande esforço físico, como nadar, o sistema muscular também passa a necessitar de mais sangue, fazendo com que haja uma vasodilatação dos seus vasos musculares. Então, com o aporte sanguíneo aumentado no estômago e no sistema muscular, o coração e o cérebro sofrem uma grande redução de sangue, podendo sofrer danos irreversíveis.
Por outro lado, ao fazer esforço físico, se o sistema muscular não tiver um bom fluxo sanguíneo, desencadeará câimbras intensas, com dores insuportáveis e imobilização da pessoa. Caso estiver nadando, poderá afogar-se.
Desta forma, não é aconselhável grandes esforços físicos, como correr, nadar, ou praticar esportes após a alimentação. Deve-se repousar no mínimo durante duas horas após as refeições.
Sidney Girotto, clínico geral