Anorexia nervosa é uma desordem na alimentação, que normalmente começa na adolescência, caracterizada por uma dieta determinada, muitas vezes acompanhada da realização de exercícios físicos de forma compulsiva. Em alguns pacientes também pode aparecer o comportamento de comer compulsivamente e a purgação (auto-indução de vômitos e/ou uso de laxantes e diuréticos), resultando em uma considerável perda de peso. Os paciente apresentam a imagem corporal distorcida, aumento do desejo em perder peso e um profundo medo de engordar.
O risco de anorexia é de 0,3% a 1% nas mulheres e nos homens é um décimo disso, segundo estatísticas de 2005 de instituições norte-americanas. As causas parecem ser multifatoriais e incluem as influências genéticas, traços de personalidade perfeccionista e compulsividade, transtornos de ansiedade, história familiar de depressão e obesidade, pressões familiares e culturais quanto à aparência. Esses fatores contribuem para que o paciente tenha uma supervalorização da magreza, percepções distorcidas do peso corporal e evitação fóbica de muitas comidas.
Observa-se que o desejo de emagrecer e a insatisfação constante com o corpo provoca a prática de dietas, uso de medicações visando a redução de peso e abuso na realização de atividade física. Isso se deve ao padrão cultural de beleza ligado à magreza, numa sociedade moderna em que a imagem e a aparência se tornaram extremamente importantes e praticamente uma ditadura que atinge todas as classes sociais.
A anorexia pode acarretar sérios problemas orgânicos, que vão desde o desenvolvimento de anemia, complicações renais, problemas cardiovasculares, dentários, osteoporose e desequilíbrios que podem ser fatais: em mais de 10% dos casos levam à morte por inanição, suicídio ou falha orgânica geral.
Muitos pacientes são relutantes ao tratamento, por isso, o primeiro passo deve ser o reconhecimento da doença, o engajamento da família e preferencialmente o tratamento com uma equipe interdisciplinar. É importantíssimo que os sintomas da anorexia sejam reconhecidos por meio da observação de familiares, amigos, professores e que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível.
Vânia Vargas, psicóloga