Yoga, palavra que significa união - no caso, união do indivíduo com Deus - é uma visão filosófica de ser, desenvolvida na Índia há milênios e que entre outros fundamentos propõe a prática de posturas corporais (asanas) e exercícios respiratórios (pranayamas).
O asana, realizado em permanência e com uma respiração serena, envolve todo o corpo, com alguns músculos em contração, alguns em relaxamento, outros em alongamento, desenvolvendo maior consciência corporal e senso de equilíbrio.
A postura, executada em permanência, promove uma suave compressão nos órgãos internos, expulsando o sangue estagnado, permitindo, no relaxamento, a chegada de novo sangue arterial.
A coluna vertebral, sede de muitas doenças dolorosas e incapacitantes, pode beneficiar-se com o fortalecimento da musculatura do dorso e alongamento dos tendões. Assim, com uma coluna mais flexível há aumento dos espaços intervertebrais e a descompressão das raízes nervosas, melhorando a dor. Articulações, quando enrijecidas por doenças crônicas, com a movimentação dos asanas, passam a produzir mais líquido sinovial, que é um lubrificante natural que permite a recuperação de boa parte da mobilidade articular.
Estagnação gástrica, produção excessiva de gases, prisão de ventre e azia são alguns dos distúrbios que podem ser eliminados pela verdadeira massagem que as vísceras digestivas recebem durante a execução correta dos asanas. Há também melhora da eliminação de líquidos pela tonificação dos rins, além de melhor controle do esfíncter da bexiga.
As glândulas endócrinas são também beneficiadas na execução das posturas.
A prática da Yoga propõe ainda o controle da respiração. Desenvolve o domínio dos fluxos de entrada e saída de ar e o das retenções do fôlego, tanto em inspiração como em expiração. Estas técnicas proporcionam uma melhora acentuada na função cárdio-respiratória. Além disso, é uma ferramenta importante no controle de nossa mente e emoções.
Quando estamos ansiosos, com medo ou excessivamente alegres, nossa respiração é rápida, ofegante. Quando estamos tristes, é lenta e entremeada de suspiros.
Os antigos yoguis perceberam que se as nossas emoções alteram a nossa respiração, pelo caminho inverso, o nosso estado mental e mesmo o nível de consciência podem ser modificados para melhor por técnicas respiratórias especiais.
Assim, o praticante de Yoga trata o corpo com sabedoria e respeito para torná-lo forte, flexível e harmonioso, com todos os seus aparelhos e sistemas trabalhando em sintonia.
Walter Labonia Filho, médico homeopata e acupunturista (SP)