Na contradição da medicina tradicional e com base em pesquisas, acredito que existam alguns bons motivos para recomendar o consumo do ovo. O que tem barrado o seu consumo pela população é o preconceito gerado pela desatualização. Existe uma verdadeira ''fobia'' em relação ao ovo, gerada pela crença de que o consumo diário promove elevação do colesterol em 300 mg, e não apenas em 2,3 mg/dl por 100 ml de sangue.
Este dado resultou de um estudo realizado em 1996, em que o ovo consumido era do tipo comum, ou seja, aquele que não é caipira e que a nutrição ortomolecular não recomenda, apesar de alguns médicos brasileiros não estabelecerem esta diferença.
Ainda assim, há diferença. Por isso, é preciso enfatizar que o ovo que deve ser consumido é o caipira. Este tipo de ovo contém mais bioflavonóides, carotenóides, nucleotídeos e antioxidantes. E este é o motivo de ser considerado mais seguro.
O Inmetro afirma que o ovo caipira, ou ecológico, é diferente dos produzidos nas granjas. Ele contém cinco vezes mais betacaroteno que o tipo comum, e isso o protege dos ataques de verminoses e vermes como a salmonela (bactéria que ataca o ovo).
Além disso, o ovo caipira possui três vezes mais vitamina A, responsável pela construção dos canais de comunicação ou conexões entre as células, para livrá-las dos poluentes e lhes acrescentar nutrientes. Isso melhora a razão existente entre glia/neurônio, chave da longevidade cerebral, do humor e da memória. A capacidade de desintoxicação e nutrição reparadora e evolutiva aumenta em até mil vezes com essas conexões, à semelhança do que ocorre no equilíbrio entre êmega 3 e ômega 6.
Além disso, não se pode esquecer de que os ovos caipiras podem ter até dez vezes mais ômega 3 do que o ovo comum.
Silvia Serra, nutricionista funcional