Mesmo no inverno e nos dias cobertos por nuvens estamos expostos à radiação solar. Percebemos isso quando as pessoas se queimam ao não se protegerem do sol na praia em dias nublados e também pela necessidade de usar protetor solar na pele exposta em locais muito frios, como em montanhas com neve. Ou seja, não podemos relacionar frio com ausência de radiação.
Os raios ultravioleta B (UVB), um dos principais causadores do câncer de pele, têm incidência variável durante as diferentes estações do ano, sendo realmente menor no inverno e mais intensa no verão, assim como mais intensa entre às 10 e 16 horas.
Porém, outra radiação, conhecida como ultravioleta A (UVA), tem incidência constante durante qualquer estação do ano e em qualquer horário durante o dia, ou seja, continua prejudicial mesmo no inverno. Esta radiação também é causadora de câncer de pele, além de provocar manchas e envelhecimento precoce da pele.
Portanto, não é verdade que no inverno não existe risco; embora o calor seja menos intenso, recomenda-se evitar a exposição ao sol em horários mais quentes do dia e manter o uso do protetor solar nas regiões da pele exposta ao sol. Estes cuidados têm que ser redobrados em pessoas que estejam em uso de ácidos ou fazendo peeling ou laser, procedimentos mais comuns no inverno e que deixam a pele ainda mais sensível ao sol. Vale sempre lembrar que o efeito da radiação solar é cumulativo e que os efeitos nocivos podem aparecer vários anos após a exposição exagerada ao sol.
Andrei Nonino - dermatologista (Londrina)