O sol em excesso e em horários inadequados, além de causar envelhecimento precoce, pode ocasionar manchas, rugas e até mesmo câncer. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que as regiões Sul e Sudeste concentram a maioria dos casos da doença no Brasil. Dos 140 mil novos casos estimados para 2012, pelo menos 22,4 mil estão situados no Sul. Destes, 7,4 mil devem acometer o Paraná, formado em grande parte por descendentes das etnias polonesa, italiana, alemã, ucraniana, holandesa, espanhola, japonesa e portuguesa. Com 77,24% de população branca, o desejo de uma pele bronzeada para esse público é difícil de alcançar. Isso porque essas pessoas apresentam pouca produção de melanina, pigmento responsável pela coloração da pele e que ajuda também no processo de bronzeamento.
Assim, a própria condição biológica é determinante para adquirir, ou não, a cor tão desejada. Alguns tipos de pele nunca se bronzeiam e, com a exposição exagerada ao sol, podem sofrer queimaduras. Outro fator fundamental é que os números de câncer da pele são registrados com maior frequência em pessoas acima dos 40 anos, mostrando que o efeito do sol é cumulativo.
Os cuidados não devem se restringir apenas aos dias de muito sol. Mesmo nos dias nublados, a incidência dos raios ultravioleta pode causar danos à pele, sendo que rosto, pescoço e tronco ficam de duas a quatro vezes mais expostos do que outras partes do corpo. Aliado a isso, roupas, bonés, chapéus e óculos de sol formam uma barreira física que ajuda na prevenção da doença.
José Roberto Toshio Shibue - dermatologista e coordenador estadual do Programa Nacional de Controle do Câncer da Pele (Curitiba)