A menopausa precoce ou falência ovariana precoce (FOP) é uma patologia caracterizada pela parada da menstruação por perda da função ovariana antes dos 40 anos de idade. A perda da função pode ocorrer devido à pequena quantidade de folículos ovarianos que permanecem no ovário, ou de uma disfunção nos ovários.
A falência do ovário prematura acomete cerca de 1% da população geral, sendo que 4% destas mulheres têm histórico familiar da doença. Para muitas, as causas são desconhecidas, no entanto, existem algumas que podem ser identificadas: intervenção cirúrgica como a retirada do útero (histerectomia) e do ovário (ooforectomia), disfunção da tireóide, infecção viral (caxumba), quimioterapia e radiação, ação ou secreção inadequada dos hormônios da hipófise (gonadotrofina), artrite, uso de hormônios femininos (exceto contraceptivos orais) como as gonadotrofinas e esteróides no tratamento da infertilidade, ou hormônios para reposição da falência ovariana, desordens alimentares e o fumo. A FOP também pode ter relação com a etnia, já que a menopausa precoce acontece muito pouco entre as japonesas.
Os sintomas mais comuns da FOP são fogachos, sangramentos irregulares, irritabilidade, sudorese noturna, sono iregular, dores na penetração sexual (decorrente do afinamento vaginal) e perda da lubrificação.
O diagnóstico da menopausa precoce é feito pela análise sanguínea de FSH e LH (hormônios produzidos pela hipófise), que estarão elevados, e o estrogênio (hormônio produzido pelos ovários) que estará baixo, somado às queixas clínicas.
O tratamento é feito por meio da terapia de reposição hormonal para o alívio dos sintomas provocados pela falta do estrogênio, e para prevenir a osteoporose. Contudo, é diferente das mulheres com menopausa acima de 50 anos, pois as mulheres com FOP são mais jovens, têm níveis de colesterol e triglicerídeo mais baixos e androgênios diferentes.
Márcia Krajden, ginecologista e obstetra (Curitiba)