A acne costuma iniciar-se na puberdade, tendo maior pico de incidência dos 14 aos 19 anos. A maioria dos casos resolve-se espontaneamente na segunda década de vida, mas em algumas pessoas persiste até cerca dos 35 anos. As manifestações da doença ocorrem devido ao aumento da secreção sebácea, associada ao estreitamento da abertura do folículo pilo-sebáceo (pêlo e glândula sebácea), dando origem aos cravos, o que favorece a proliferação de microorganismos, que provocam inflamação local.
A doença manifesta-se principalmente na face e no tronco, áreas do corpo ricas em glândulas sebáceas. A intensidade do quadro pode ser agravada por fatores ambientais, hormonais, emocionais e pelo uso de cosméticos.
A acne deve ser tratada desde o começo, evitando assim sequelas, que podem ser cicatrizes e/ou desenvolvimento de problemas emocionais. O tratamento pode ser realizado com medicação de uso local, visando a desobstrução dos folículos e o controle da proliferação bacteriana e da oleosidade. O peeling é outra opção terapêutica e produz ótimos resultados. Podem ser usados também medicamentos por via oral como antibióticos ou, no caso de mulheres, anticoncepcionais específicos.
Na acne mais resistente, pode ser utilizada a isotretinoína, que age nas glândulas sebáceas, reduzindo a secreção do sebo e a inflamação, além de evitar a obstrução do folículo pilo-sebáceo.
Cuidados para pacientes em uso de isotretinoína:
- A pele pode ficar mais sensível ao sol, devendo ser protegida com filtro solar.
- É recomendado o uso de umectantes labiais.
- Usuários de lentes de contato podem necessitar de lubrificante ocular.
- Não tomar antibióticos do tipo tetraciclina, devido à possibilidade de efeitos colaterais resultantes da interação entre os medicamentos.
- As cápsulas devem ser ingeridas após as refeições.
- Deve-se evitar a ingestão de bebidas alcoólicas.
- Não engravidar durante o tratamento.
Leandro Neme, dermatologista em Londrina