Sim. Se levarmos em conta a grande diferença dos hábitos das crianças antigamente e nos dias de hoje, percebemos que elas se tornaram cada vez mais sedentárias. Hoje em dia é difícil vermos crianças correndo na rua, brincando de pega-pega. Pelo contrário, a maior diversão é ficar horas em frente ao computador ou videogame em posturas nem sempre corretas.
A alimentação também se tornou uma vilã: consumimos mais alimentos ricos em conservantes e gorduras, provocando muitas vezes o aumento de peso e sobrecarregando as articulações que ainda estão em formação. Na minha experiência como fisioterapeuta e instrutor de Pilates percebo um grau de encurtamento muscular muito maior que o comum, alterações posturais muitas vezes sérias e dores no corpo que seriam mais comum aparecerem numa idade muito mais avançada.
Os pais muitas vezes questionam sobre a dificuldade dos exercícios e se a prática do Pilates vai comprometer o desenvolvimento da criança. Segundo muitos especialistas, o Pilates só tem a contribuir para o desenvolvimento das crianças: fortalece a musculatura para suportar a carga da mochila, corrige a postura, introduz disciplina, concentração e ainda serve de canal para extravasar a energia típica da idade.
Aconselho a prática a partir dos oito anos de idade, quando a criança tem melhor compreensão dos exercícios pedidos. A única diferença é que quando trabalhamos com uma criança é preciso introduzir os movimentos de uma forma lúdica, quase como uma brincadeira. Os benefícios, sem dúvida, acabam sendo sempre muito compensadores.
Carlos Hoffmann – fisioterapeuta (Londrina)