O termo reumatismo tem sido popularmente utilizado para as doenças articulares, periarticulares e musculares que causam dor e afetam a função do aparelho locomotor.
Na realidade, a falta de um diagnóstico preciso destas patologias têm gerado dúvidas na abordagem terapêutica e orientação dos pacientes.
A clássica artrite reumatóide afeta apenas 1% da população, com incidência maior de duas a três vezes nas mulheres e o surgimento dos sintomas em geral entre a segunda e a quinta década de vida.
É uma doença auto-imune, na qual as articulações geralmente das mãos e dos pés tornam-se inflamadas de modo simétrico, com surgimento de inchaço, dor e frequentemente com destruição progressiva das articulações.
Outras características como histórico familiar, rigidez matinal prolongada, inflamação em três ou mais articulações e alterações nos exames complementares auxiliam no diagnóstico da artrite reumatóide.
Portanto, nem todos os reumatismos são artrite reumatóide. Existem muitas outras patologias de ordem reumatológica, ortopédica, metabólica, infecciosa ou neoplásica que inadequadamente são enquadradas como ''reumatismos''.
Uma investigação médica criteriosa permitirá fazer o diagnóstico correto e um planejamento terapêutico adequado. Estes tratamentos incluem medicamentos específicos para cada caso e são úteis as medidas de suporte como a fisioterapia, reabilitação e exercícios terapêuticos.
Em casos necessários, os procedimentos cirúrgicos são realizados para restaurar os tecidos afetados; e em casos mais graves, até a substituição da articulação danificada por próteses ortopédicas.
Os pacientes com estes ''reumatismos'' apresentam mais dor nos dias frios possivelmente porque a baixa temperatura provoca maior retração dos tecidos, menor perfusão sanguínea periférica e maior contratura muscular para manutenção da temperatura corporal. Além disso, a imobilidade por causa do frio contribui para a perda da função e piora do quadro clínico.
Áureo Shizuto Cinagawa, ortopedista