O sedentarismo é uma das principais causas do aumento da incidência de várias doenças, como hipertensão, dislipidemia (colesterol alto) e infarto. Durante os exercícios físicos para cardíacos, por exemplo, existe o risco de morte durante a atividade, que é aumentado pela presença da doença, principalmente se o exercício for intenso. Este aumento de risco pode ser muito reduzido em programas de exercício supervisionado, especialmente se o indivíduo estiver em uma situação estável.
Os casos de acometimentos não-fatais e fatais são muito pouco frequentes neste tipo de programa. Isso se deve ao chamado efeito cardioprotetor, gerado pelas adaptações ao treinamento físico. Alguns estudos mostram que os indivíduos sedentários correm mais risco de morte por doenças cardíacas do que os cardíacos muito bem-condicionados aerobicamente. Mesmo com limitações, o sistema cardiovascular pode adaptar-se de forma adequada à demanda gerada agudamente por uma sessão de exercício.
Contudo, o nível de comprometimento da doença e as características de um dado exercício podem aumentar o risco para o praticante, o que torna desaconselhável as recomendações generalizadas e sem nenhum tipo de controle para os cardiopatas.
A abordagem individualizada na prescrição de exercícios ganha um significado especial, sejam prescrições mais leves ou mais intensas, mesmo tratando-se de cardiopatas.
Os exercícios aeróbicos proporcionam importantes melhoras cardiovasculares com baixo risco quando realizados em intensidades leves a moderadas. No entanto, segundo pesquisas recentes, nem sempre os exercícios leves são os que geram efeito mais cardioprotetor no longo prazo, daí a necessidade de se conhecer os limites de cada indivíduo para poder prescrever atividades com maior intensidade mesmo para os cardiopatas.
Portanto, o treinamento físico tem um papel fundamental para indivíduos pós-infarto, desde que feito com acompanhamento especializado e nas intensidades adequadas.
Edgar Cintra, personal trainer