Na semana em que se celebra o Dia da Conscientização da Obesidade Mórbida Infantil, os motivos de preocupação sobre o tema são inúmeros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que existem no mundo 42 milhões de crianças obesas – faixa etária até os 5 anos. Legado herdado da genética e influência dos hábitos dos pais podem ser considerados os principais fatores responsáveis por esses impressionantes números.
Como endossa pesquisa daUniversidade de Sussex, na Inglaterra, 20% da composição do índice de massa corporal (IMC) das crianças vem do pai e da mãe, porém, naqueles acima do peso esse número aumenta para 55% a 60%. "Isso mostra que a combinação genética e o ambiente familiar influenciam fortemente neste grave problema de saúde, que traz consequências para o resto da vida", afirma o pediatra Werther Brunow, coordenador de Pediatria do Hospital Santa Catarina (SP).
Estudo, realizado com mais de 100 mil crianças e seus pais nos Estados Unidos, Inglaterra, China, Espanha e outros dois países, ajuda a conscientizar a população sobre as graves consequências que a obesidade infantil acarreta. Para a OMS, se continuar neste ritmo, o número de crianças com excesso de peso no mundo pode chegar a 70 milhões até 2025.
Brunow alerta que "as crianças obesas possuem maior predisposição para desenvolver uma série de doenças. Desde mais gerais, como hipertensão, problemas pulmonares, gástricos, até doenças cardíacas e psicológicas, como ansiedade e depressão".
A obesidade na fase infantil influencia também em questões comportamentais das crianças e impacta diretamente seu desenvolvimento. "Além dos riscos à saúde, os efeitos negativos que o problema traz pode afetar a autoestima e o desenvolvimento das crianças. É preciso que os pais fiquem muito atentos a qualquer alteração comportamental de seus filhos".