A primeira etapa para definir a conduta é diferenciar o acúmulo de gordura na mama (lipomastia) ou o crescimento de tecido mamário glandular (ginecomastia).
No caso da lipomastia o tratamento pode ser, em alguns casos cirúrgico para remoção da gordura da mama com técnicas como a lipoaspiraçao. No caso da ginecomastia, que é o aumento do tecido mamário no indivíduo do sexo masculino, o tratamento inicialmente é clínico. Deve ser avaliado o aspecto global e hormonal do indíviduo. O que ocorre nestes casos é um desbalanço (desequilíbrio) entre a os níveis de testetosterona (hormônio sexual masculino que tem ação inibitória no crescimento da mama) e do estrogênio (hormônio feminino que também existe no homem mas que pode estimular o crescimento do tecido mamário masculino).
As causas deste desbalanço são múltiplas, divididas em fisiológicas (processo natural do organismo) ou patológicas (processo anormal). Entre as causas fisiológicas o mais comum é o que ocorre na fase inicial da adolescência, a qual chamamos de puberal. Nesta fase a ginecomastia é tão frequente que afeta cerca de 70% do adolescentes, porém na grande maioria dos casos ocorre uma reversão espontânea sem tratamento. Nos casos de ginecomastia muito volumosa e dolorosa por ocasionar incomôdo e constrangimento podemos iniciar o tratamento medicamentoso.
Já nas causas patológicas a origem do problema pode ser múltipla, desde deficiência de testosterona, doenças testiculares, patologias das glândulas adrenais, hipertireoidismo, doenças congênitas, patologias da glândula hipófise, problemas hepáticos, medicações e até mesmo em alguns casos tumores.
Quanto mais tempo com o problema mais difícil será o resultado do tratamento em virtude da formação de tecido fibroso (tecido reparativo) que pode se formar com o tempo na área glandular.
Leonardo Higashi - endocrinologista e ortomolecular (Londrina)