É um transtorno mental no humor que tem relação direta com os períodos particulares do ano, devendo ter início no outono ou inverno, e remissão ou final na primavera. Como se vê, portanto, ocorre durante a fase do ano quando há menos contato com a luz solar, e por isso mesmo é que se desenvolve.
Na verdade, a maioria das pessoas apresentam, em graus variados, algumas alterações de humor nesta época do ano, manifestadas seja no sono, no apetite e/ou na disposição.
As pessoas afetadas pelo transtorno apresentam geralmente um quadro depressivo recorrente, isto é, que se repete anualmente neste período, mas podem também desenvolver o transtorno bipolar - transtorno de humor com oscilações de humor entre depressão e mania (euforia) - sendo que ocorrem restrições na capacidade geral da pessoa.
Notadamente há aumento na necessidade de sono, que não consegue ser satisfeita mesmo com o aumento na quantidade de sono (hipersonia); aumento no apetite com ingestão excessiva de alimentos (hiperfagia), principalmente na fissura por carboidratos, com ganho de peso rápido, além da falta de energia, letargia, fadiga extrema, que se expressam em diminuição da atividade do indivíduo.
O início dos estudos deste transtorno aconteceu na década de 1980, nos EUA, tornando-se diagnóstico em 1987, sendo considerado, portanto, recente dentro da Psiquiatria. Tem predisposição genética, ou seja, é familiar ou herdável, e afeta quatro mulheres para cada homem, na idade entre 20-40 anos.
É interessante notar que a incidência aumenta conforme nos afastamos da linha do Equador, onde as latitudes apresentam menos horas de sol. Acredita-se que o contato com a luz influencia na produção de hormônios cerebrais: melatonina, um hormônio da pineal que é regulador do sono, e a serotonina, que é um determinante do nosso estado de humor.
O tratamento para esta enfermidade é basicamente a Fototerapia, que nada mais é do que a exposição da pessoa à luz, para ativar no sistema nervoso a produção destes hormônios, com o detalhe de o fazer com os olhos abertos (não olhando diretamente para a luz), pois é a luz que entra pelos olhos que irá ativar nestas estruturas cerebrais a readequação de suas funções.
Luiz Paulo Garcia, psiquiatra