Tire suas Dúvidas

O que é exatamente o Diabetes mellitus tipo 2?

20 out 2009 às 19:47

O diabetes tipo 2 é uma doença caracterizada por falha na secreção e na ação da insulina e do aumento da produção interna de glicose. A insulina é um hormônio produzido no pâncreas, responsável pelo transporte da glicose do sangue para o interior das células, onde funciona como combustível. Em 1889, cientistas chegaram à conclusão de que a fonte deste hormônio era o pâncreas, após retirarem o órgão de um cão, que imediatamente desenvolveu uma urina adocicada, de consistência diferente e que atraía grande quantidade de moscas.

Um dos principais problemas destes pacientes é que, com o tempo, o aumento da glicose leva ao mal funcionamento dos rins, predispõe a cegueira e a eventos cardiovasculares (enfarte, acidente vascular cerebral etc.).


Para o devido controle glicêmico, deve-se lançar mão de modificação de hábitos alimentares, perda de peso, atividade física regular, entre outros. Além disso, o uso de medicamentos pode ser bastante útil. Várias são as opções farmacológicas ofertadas hoje para pacientes com este tipo de diabetes, cada uma delas atuando por meio de diferentes mecanismos.


Tem crescido também o interesse para novas opções para o tratamento do diabetes tipo 2, que estarão disponíveis num futuro próximo. Destacam-se nesse cenário as drogas que atuam via mecanismos que envolvam a modulação das incretinas.


As incretinas são hormônios produzidos no intestino, que facilitam a produção de insulina pelo pâncreas além de diminuírem a produção interna de glicose, melhorando o controle do diabetes. Apesar dos benefícios citados, a ação das incretinas é extremamente curta, uma vez que são rapidamente inativadas através da enzima DPP-4. Dentre as novas drogas que agem nesse sistema, destacam-se os inibidores da DPP-4, que prolongam a vida útil e consequente ação das incretinas produzidas pelo indivíduo.


Esta nova classe tem como peculiaridade a administração por via oral em uma única dose diária. Estudos têm comprovado a eficácia desses medicamentos em portadores de diabetes tipo 2 em vários estágios da doença, trazendo mais uma importante opção para o tratamento do diabetes tipo 2.

Ruy Lyra, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia


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