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Crise

O que é a Síndrome do Ninho Vazio?

Sexo e Comportamento - Folha de Londrina
01 nov 2013 às 17:01

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- Divulgação
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Com a chegada do primeiro filho, mudam-se os interesses, hábitos, horários, produtos de consumo dos pais, a rotina da casa etc. O filho detém primazia: sua saúde, educação, bem-estar e seu futuro. As preocupações são inevitáveis. Como dar conta de todas as demandas? Os pais se dividem, se distanciam, se desencontram, porém mantêm-se firmes no objetivo de dar o melhor aos filhos, que crescem e vão se tornando independentes.

Na adolescência já não demandam que lhes faça o prato, arrumem suas malas, os levem à escola, verifiquem as tarefas de casa, entre outras coisas. A casa é sempre cheia, o telefone não para de tocar, uma verdadeira bagunça, muitas vezes adorável, em outras mais que indesejável.

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Vêm as baladas, viagens com os amigos, as mães andam de um lado para outro, rezam muito para que seus rebentos voltem seguros, e o alívio só chega com o barulho da fechadura.

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Os filhos, progressivamente, vão se despedindo, seguem suas vidas. Não raro, nesse período, os pais já dão os primeiros sinais de tristeza, sentimento de solidão, abandono e rejeição. Com a casa vazia, sentem-se como num naufrágio, o que fazer agora? Esses sintomas caracterizam a Síndrome do Ninho Vazio.

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O casal já nem se conhece mais, distanciaram-se tanto, são quase dois estranhos vivendo sob o mesmo teto, e se esse momento coincide com a aposentadoria de um deles, com o climatério da mãe - cujos sentimentos de inutilidade, falta de objetivos e planejamento para o futuro estão mais aflorados -, a situação será mais dolorosa e a superação mais difícil, podendo levar a um quadro depressivo e até à separação do casal.


Existem mulheres que exercem o duplo papel, abandonam sonhos, expectativas, dedicam-se inteiramente aos filhos. Esta mãe pode desenvolver depressão mais acentuada se não reinvestir em si mesma e buscar atividades que viabilizem seu bem-estar físico, emocional e psicológico. O casal pode investir numa reaproximação, no restabelecimento de uma vida afetiva e prazerosa, na reintegração social, viagens e passeios. Em todos os casos, o apoio psicológico pode ter efeitos substanciais para a prevenção e o enfrentamento da crise.

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Existem casais que primam por uma educação que valoriza a independência, tanto dos filhos como de si próprios. Preservam uma relação de afinidade, troca afetiva, companheirismo, cumplicidade e cuidados mútuos.


Outros investem numa segunda lua de mel; mulheres que estavam só refazem suas vidas diversamente, remanejando um novo esquema familiar, alicerçados no afeto genuíno entre pais, filhos e com a família que estes construíram.


De qualquer modo a Síndrome do Ninho Vazio é marcada por um momento de grande mudança. Apesar das diferentes condições, essa crise terá um fim. É uma oportunidade de reflexão, reajustes, reconstrução, superações e desenvolvimento pessoal, familiar e conjugal. Que pode ser enfrentada e superada satisfatoriamente, com menos dor e mais realizações.

Anaí Licia Couto - Psicóloga / Psicanalista


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