A urina normal não contém bactérias. Bactérias que são normais e necessárias no intestino podem alcançar a uretra e a bexiga, vindo da pele ao redor do reto e dos genitais. Quando isso ocorre, ao urinar a bexiga é lavada e empurra a bactéria para o exterior.
Se a pessoa demora para urinar ou tem as defesas enfraquecidas, pode ocorrer uma infecção, resultando em dor nas regiões laterais e inferiores do abdome, além de sintomas como dor para urinar, urgência de urinar, sensação de urina presa, urinando frequentemente em pequenas quantidades. Esta é a chamada cistite.
Em crianças abaixo dos dois anos de idade os sintomas podem não ser muito específicos: febre alta, irritação, perda de apetite ou dificuldade para ganhar peso.
Se as bactérias sobem da bexiga pelos ureteres e alcançam os rins, uma pielonefrite pode se instalar. Esta infecção é frequentemente acompanhada de dor lombar, mal-estar geral e febre.
Se as cistites se repetirem, é necessário realizar exames para afastar outros problemas que possam estar causando as infecções. Já na ocorrência de pielonefrite é obrigatória a investigação de todos os órgãos do aparelho urinário.
Após serem afastadas outras doenças, principalmente as malformações dos órgãos urinários, deve-se atentar para os hábitos da criança. Ela deve ingerir uma quantidade adequada de líquidos. Pessoas que não tomam líquidos urinam pouco e lavam pouco a bexiga. O intestino deve funcionar diariamente; mulheres com intestino ressecado têm maior flora bacteriana e maior entrada de bactérias intestinais na uretra e bexiga.
Para a criança, urinar pode ser uma perda de tempo, um abandono da brincadeira. Assim, algumas crianças vão ao banheiro quando já estão perdendo urina na roupa. Não adianta apenas pedirmos para que a criança urine frequentemente, é necessário que a levemos ao banheiro e observemos como ela faz sua higiene. A limpeza deve ser sempre no sentido da vagina para o ânus.
Silvio Henrique Maia de Almeida, urologista