Existem algumas glândulas na região das pálpebras, próximas aos cílios, que produzem constantemente uma secreção oleosa que ajuda a formar a lágrima. O mau funcionamento de algumas destas glândulas pode levar à produção excessiva ou ao espessamento da secreção, obstruindo sua saída. Pode ainda ocorrer contaminações das glândulas por microorganismos bacterianos.
Nestes casos, acontece o aparecimento de uma inflamação e/ou infecção nestas glândulas, chamada de terçol ou hordéolo. O terçol se instala na borda da pálpebra, próximo aos cílios, e consiste em um pequeno abaulamento avermelhado e doloroso. Frequentemente apresenta sintomas de dor, vermelhidão, calor e inchaço nas pálpebras. Vale lembrar que a doença não é trasmissível, mas sempre que há um quadro como o do terçol ou de outros processos inflamatórios ou infecciosos, deve-se lavar as mãos frequentemente e evitar o contato delas com os olhos.
É comum, alguns dias depois de instalado, o terçol drenar e desaparecer. A persistência, levando à indicação cirúrgica é pouco frequente, mas pode ocorrer.
É comum observar pessoas com terçol receberem ''dicas'' sobre como curar o problema, o que muitas vezes pode levar a tratamentos inadequados. A automedicação é arriscada e não deve ser adotada. O uso de compressas mornas pode ajudar, mas deve ser feito de forma cautelosa e orientada.
É importante lembrar que em algumas situações existem outras infecções de diferentes glândulas presentes na região palpebral que podem ser confundidas com o terçol.
Desta forma, a pessoa que se encontra com os sintomas deve procurar um oftalmologista que fará o diagnóstico, tratamento e acompanhamento do problema.
O terçol pode aparecer em indivíduos de qualquer idade, mas é mais frequente em pessoas com algum tipo de disfunção das glândulas, como acne recorrente e blefarites.
Francisco E. Campiolo, oftalmologista