O conduto auditivo externo, local onde comumente se deposita a cera, possui um sistema de proteção e autolimpeza constituído por pelos, glândulas sebáceas e ceruminosas.
Em algumas situações pode ocorrer uma irritação deste conduto por excesso de umidade (calor, esportes aquáticos) combinada com uma fragilidade local ou produtos concentrados (sabonetes, cloro, tinturas de cabelo em excesso, cremes) ou alergias. Os sintomas mais freqentes são coceira, sensação de umidade local, dor ou saída de secreção pelo ouvido.
A primeira ideia que ocorre nas pessoas é fazer uma limpeza por conta própria do local utilizando os mais variados instrumentos como cotonete, caneta, unha, gravetos, o que pode agravar a situação. O uso indiscriminado desses instrumentos e sem visualização da parte interna do conduto, cuja forma tem variações de pessoa para pessoa, pode ocasionar escoriações, sangramentos, lesões de tímpano, podendo comprometer a audição ou mesmo piorar o inchaço local e ocasionar uma sensação de ouvido entupido e dor intensa.
Aconselhamos o cuidado de secar o pavilhão auditivo e o início do conduto (só externamente) com a ponta da toalha após o banho, procurar evitar a entrada de água com sabonete ou substâncias externas na parte interna do conduto. As pessoas com tendência a um excesso de cera devem visitar periodicamente um otorrinolaringologista, pelo menos semestralmente, para realizar uma limpeza adequada.
Claudia Vaz - otorrinolaringologista (Londrina)