Sim, com critérios. Estudos recentes na área da Medicina do Esporte e da Reabilitação têm mostrado os benefícios de exercícios com pesos na profilaxia e na recuperação de habilidades físicas nos idosos.
Durante muito tempo, as atividades preconizadas aos idosos se restringiam às atividades aeróbias e à preservação do movimento, e estas se fundamentavam nos benefícios que estes exercícios proporcionavam aos pacientes que apresentavam problemas como cardiopatias, doenças circulatórias, ortopédicas e metabólicas.
Evidentemente, quando se trata de atividade física para idosos, os parâmetros e os programas pedagógicos devem ser apropriados, exigindo-se do educador físico um conhecimento mais profundo dos cuidados e riscos envolvidos.
Deve-se ter uma avaliação das condições clínicas e, de preferência, uma atuação multidisciplinar quando se trata de prescrição de exercícios para portadores de algum tipo de patologia.
Todos sabemos dos benefícios dos exercícios e podemos enumerar vários deles em idosos, como melhora do equilíbrio emocional, equilíbrio metabólico, combate à osteoporose, melhor vitalidade músculo-esquelética, cardiovascular, imunidade, sociabilização, memória, entre outros.
Quanto à musculação, foram constatados que fenômenos biológicos que envolvem a contração muscular desencadeavam várias respostas orgânicas positivas em idosos, quando realizados com critérios apropriados.
A musculação em idosos deve ser realizada com objetivos de melhorar a função (e não a estética), tais como a ativação de unidades motoras em desuso ao longo da vida, facilitação para proporcionar maior independência, a manutenção e a melhora de atividades produtivas, a recuperação de segmentos corporais afetados por patologias e até a busca de performance para os praticantes de esportes competitivos desta faixa etária.
É óbvio que o desempenho é correspondente e alertamos que os riscos de lesão também são proporcionalmente maiores face à restrição dos limites biológicos. Podemos, sim, melhorar o tônus muscular, a força, a massa e a potência, matendo o vigor mesmo na terceira idade. Mas, atenção: sem exageros!
Áureo S. Cinagawa, especialista em Medicina do Esporte, Ortopedia e Traumatologia