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Mitos e verdades sobre o câncer de cabeça e pescoço

20 jul 2017 às 09:23

O tumor de cabeça e pescoço é a denominação genérica de tumores que se originam de várias regiões das vias aéreo-digestivas, como boca, língua, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe (onde é formada a voz), seios paranasais. Sua incidência é alta e a maioria das pessoas é diagnosticada já em fase avançada da doença (60% dos casos), o que impacta negativamente na sobrevida do paciente.

A médica oncologista, Drª Aline Lauda, avaliou alguns mitos e verdades sobre a doença e explica quais os tipos mais comuns e tratamentos. O tabaco ainda é responsável por 97% dos diagnósticos de câncer de laringe.


O álcool associado ao fumo aumenta o risco em 5 vezes para câncer nessa região. Ao contrário do que muitos dizem, a diminuição de fumantes no Brasil não determinou o mesmo efeito para a incidência do câncer de cabeça e pescoço.


O HPV (vírus do papiloma humano), transmitido também pelo sexo oral sem prevenção, pode estar relacionado com alguns tipos de câncer de cabeça e pescoço. Os tumores de orofaringe (amígdalas e base de língua) podem ser causados pelo HPV. Em alguns países (como nos EUA) é considerado como epidemia pelo aumento expressivo de casos destes tumores. No Brasil a incidência ainda é baixa.


O câncer de cabeça e pescoço não é uma doença exclusivamente masculina. Em relação aos pacientes diagnosticados com tumores de boca e garganta, houve um aumento de casos entre mulheres e jovens nas últimas décadas.



O uso de próteses dentárias não contribui para o desenvolvimento de câncer de boca. Usar prótese dentária não provoca câncer. O problema é se a prótese estiver mal colocada e machucando. Esse trauma crônico é fator de risco porque pode provocar uma lesão.


Os enxaguantes bucais aumentam o risco do câncer. Estudos associam o uso frequente e em longo prazo de enxaguantes bucais que têm álcool em sua fórmula com o aumento da incidência do câncer de boca. Pessoas que usam diariamente e por um extenso período esse tipo de produto têm de três a quatro vezes mais risco de desenvolver câncer de boca comparado a quem não tem esse hábito.


A carne vermelha tem relação com câncer de cabeça e pescoço. Pesquisas mostram que o consumo diário de carne vermelha grelhada aumenta o risco. Dessa forma, carne vermelha pode ser consumida moderadamente, duas ou três vezes por semana no máximo e o ideal é variar a forma de preparo.


CCP
Os tumores de cabeça e pescoço são classificados conforme a área da cabeça ou do pescoço em que se iniciam:


Cavidade Oral - A cavidade oral inclui os lábios, dois terços da língua, gengivas, revestimento interior das bochechas e lábios, piso da boca sob a língua, palato duro e área da gengiva atrás dos dentes do siso.


Faringe - A faringe comunica o nariz e a boca com a laringe e o esôfago. É um canal comum ao aparelho digestivo e ao aparelho respiratório. É composto de 3 partes:


Nasofaringe - É a parte superior da faringe, localizada atrás do nariz.
Orofaringe - É a parte média da faringe, inclui o palato mole (parte de trás da boca), a base da língua e as amígdalas.
Hipofaringe - É a parte inferior da faringe.


Laringe - A laringe ou caixa de voz é uma via de passagem curta formada por cartilagem e localizada na garganta logo abaixo da faringe. A laringe contém as cordas vocais. Ela também contém a epiglote, uma espécie de lâmina que se move para fechar a ligação da laringe com a glote durante a deglutição, impedindo a comunicação do aparelho respiratório com o aparelho digestivo.


Seios Paranasais e Cavidade Nasal - Os seios paranasais são espaços pequenos localizados nos ossos da cabeça em torno do nariz. A cavidade nasal é o espaço oco no interior do nariz.


Glândulas Salivares - As glândulas maiores estão localizadas na boca próximas do osso maxilar. As glândulas salivares são responsáveis pela produção da saliva.


Tratamento
Os tratamentos terapêuticos para CCP podem incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo ou uma combinação de tratamentos.


A localização do tumor, o estágio da doença, a idade da pessoa e o quadro geral de saúde são fatores que contribuem para a escolha da conduta de tratamento mais adequada a cada paciente. O mais importante é o tratamento individualizado, considerando as particularidades de cada paciente, oferecendo o melhor tratamento disponível.

De acordo com o Centro de Oncologia Integrado, até 40% das mortes por câncer podem ser evitadas pela redução do uso do tabaco; alimentação saudável; estimulação da atividade física regular; diminuição do consumo exagerado de álcool; controle de alguns vírus relacionados ao câncer (como o vírus da hepatite B e C, e o papiloma vírus humano – HPV); eliminação dos agentes carcinogênicos nos ambientes de trabalho; diminuição da poluição atmosférica; uso de protetor solar e, principalmente, não fumar.


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