Contar uma mentira para evitar alguma situação constrangedora ou possíveis problemas pode ser um hábito comum para algumas pessoas. Contudo, a partir do momento que o ato de contar histórias falsas se torna constante, o indivíduo pode passar a vivenciá-las, o que é conhecido como mitomania, ou mentira compulsiva, um quadro que necessita de acompanhamento psicológico. "A pessoa cria uma realidade paralela e acredita nela como única verdade", explica a coordenadora do curso de Psicologia da Unopar, Natália Mendes Ferrer Rosa.
De acordo com a professora, a mentira compulsiva pode ser decorrente de um conjunto de fatores que funcionam como mecanismos de defesa, geralmente usados para fugir da realidade. "Há pessoas que começam a mentir compulsivamente após uma experiência traumática, mas independentemente da origem, o problema provoca prejuízos tanto na vida pessoal quanto profissional do indivíduo, porque quebra a confiança de quem está ao seu redor, e faz com que ele seja excluído dos grupos sociais que convive".
A mitomania é um transtorno que pode ser desenvolvido ainda na infância. Gera na criança uma sensação de prazer e poder quando suas mentiras se tornam verdade para as outras pessoas. A patologia tem cura, mas necessita de acompanhamento psicológico, e da compreensão da família e dos amigos para evitar sua exclusão social.