Varizes são veias que se apresentam dilatadas e tortuosas e que perdem sua função, ou seja, têm dificuldade de trazer de volta o sangue que chegou nos membros inferiores. Elas podem ser grossas, finas (microvarizes) ou ainda vasos minúsculos que surgem na pele - as varicoses.
As varizes dos membros inferiores são mais frequentes nas mulheres numa proporção de 4:1. Essa relação ocorre porque os hormônios femininos favorecem a dilatação das veias facilitando a formação de varizes. É também por esse motivo que as mulheres usuárias de hormônios (anticoncepcional oral ou reposição hormonal na menopausa) ou que engravidam têm maior chance de desenvolverem a doença. Os homens também têm varizes, mas procuram tratamento com menor frequência.
As varizes de membros inferiores têm caráter hereditário. Desta forma, portanto, elas não podem ser evitadas, mas os exercícios físicos que movimentam os músculos das pernas (caminhada, corrida, andar de bicicleta, natação e hidroginástica) diminuem a dilatação das veias e melhoram os sintomas (pernas cansadas, pesadas e com queimação, inchaço, câimbras). Medicamentos também podem ajudar.
As varizes maiores e as microvarizes são tratadas com cirurgias. Aproximadamente 20% das pessoas que fazem a cirurgia voltam a ter a doença. O tratamento das varicoses é feito por meio das aplicações (escleroterapia) convencional ou a laser.
A escleroterapia convencional (injeção de líquido para secar as varicoses) mostra-se eficaz em 90% dos casos. Varicoses avermelhadas e extremamente finas são mais resistentes ao tratamento.
A escleroterapia a laser (emissão da luz que coagula o sangue e seca o vaso) é utilizada para o caso de varicoses resistentes ao tratamento convencional ou quando elas se localizam na face.
O tratamento não é definitivo e ao longo do tempo (meses ou anos). Existem casos em que é necessário, em primeiro lugar, fazer as cirurgias das varizes ou microvarizes, e depois o tratamento com aplicações.
Eduardo Ramires - cirurgião vascular (Londrina)