A dislexia do desenvolvimento é uma desordem do sistema nervoso central e compreende a dificuldade na aprendizagem da leitura, independente de instrução convencional adequada, órgãos sensoriais intactos, inteligência e oportunidade sociocultural. Depende fundamentalmente de dificuldades cognitivas, que são frequentemente de base constitucional e funcional. Tem sua origem em disfunção ou imaturidade neuropsicológica, geralmente hereditária, ou às vezes adquirida. Atinge igualmente homens e mulheres.
A deficiência cognitiva responsável pela desordem é relacionada ao sistema de linguagem no processamento dos fonemas, os quais constroem todas as palavras escritas e faladas.
Esta falha no processo fonológico prejudica a decodificação, impossibilitando o leitor na identificação da palavra e frustrando a tentativa de usar sua inteligência e vocabulário, o que bloqueia o entendimento do texto.
No entanto, processos linguísticos envolvidos no significado da palavra, gramática e discurso parecem ser totalmente operacionais, mas suas atividades estão bloqueadas pelo déficit nas funções do processo fonológico.
Porém, nem todas as pessoas com dificuldade na linguagem são disléxicas, e nem todos disléxicos apresentam dificuldade na linguagem.
Estudos sugerem que cerca de 8% das crianças que estão nas séries iniciais apresentam dificuldades na linguagem. Deste grupo, mais de 85% também são disléxicas.
Para o disléxico, ler é muito cansativo, pois exige dele muita energia. A dislexia pode ser estabilizada desde que haja um acompanhamento com profissionais qualificados no atendimento desta desordem tais como psicopedagogo, fonaudiólogo e psicólogo.
É importante ressaltar que o portador desta desordem fica em sofrimento principalmente se estiver estudando, o que pode comprometer também aspectos emocionais (baixa auto-estima, insegurança, desinteresse pela aprendizagem e agressividade).
Rachelina Prato de Assis, psicopedagoga e psicomotricista