A chegada da primavera traz consigo um clima agradável e úmido em substituição ao inverno seco. Apesar de ser muito esperada, as mudanças de temperatura ao longo do dia e o aumento de substâncias irritantes no ar, como pólen, ácaro, poeira e outros agentes causadores de alergias, provenientes justamente das flores da estação, exigem cuidado redobrado com a saúde respiratória, principalmente dos idosos, que são mais propensos a doenças pulmonares e os mais afetados pelas alterações climáticas.
Segundo a médica Cláudia Costa, coordenadora da disciplina de Pneumologia e Tisiologia da UERJ – Universidade do Estado de Rio de Janeiro, os sinais como tosse seca, falta de ar, maior frequência de resfriados, cansaço constante ou indisposição para realizar as atividades rotineiras, falta de apetite e perda de peso podem ser atribuídos aos efeitos naturais do envelhecimento, mas não devem ser negligenciados pois são sintomas comuns da Fibrose Pulmonar Idiopática, uma doença sem cura e não infecciosa em que o tecido do pulmão é recoberto por cicatrizes, prejudicando assim a sua capacidade para realização das trocas gasosas e oxigenação do sangue. "Indícios de problemas respiratórios nos idosos são, muitas vezes, deixados de lado. Essa atitude pode esconder doenças crônicas e até mesmo graves, que devem ser tratadas de forma rápida e eficaz para evitar complicações", reforça a especialista.
Dados do Ministério da Saúde revelam que as doenças do aparelho respiratório são a segunda maior causa da morte de idosos no Brasil, população que totaliza 23,5 milhões de pessoas no país. A Dra. Cláudia reforça que o diagnóstico precoce faz toda a diferença. "A fibrose pulmonar idiopática, por exemplo, não tem cura, mas o tratamento em fase inicial pode retardar a progressão da doença".