Por conta das altas temperaturas no final do ano, é preciso que os cuidados com a pele sejam dobrados para evitar os efeitos nocivos dos raios solares, fator tido como uma das causas principais do aumento nos índices de tumores de pele entre a população brasileira. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é cerca de 180 mil novos casos de câncer de pele em 2016 - valor que corresponde a 30% de todos os casos de tumores malignos no Brasil.
Os melanócitos e queratócitos (células da pele) são os principais envolvidos no processo de fotoproteção e quando expostos ao sol podem aumentar em número e tamanho. O câncer de pele ocorre quando há um crescimento excessivo dessas células que compõem a pele, podendo ser distinguidas em melanoma e não melanoma.
De acordo com a Dra. Daniela Pezzutti, oncologista do Centro Paulista de Oncologia - CPO (Grupo Oncoclínicas), as pessoas tendem a relacionar o câncer de pele exclusivamente ao melanoma. Contudo, 95% dos casos de tumores cutâneos identificados no Brasil são classificados como não melanoma, um índice que está diretamente relacionado à constante exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol.
"Geralmente, os principais sintomas de câncer não melanoma são lesões cutâneas com crescimento rápido, com sangramento, ulcerações que não cicatrizam, seguidas de coceira e algumas vezes dor aparentes em áreas muito expostas ao sol como rosto, pescoço e braços", explica a Dra. Pezzutti.
Se a exposição aos raios solares for maior, como na praia ou piscina, por exemplo, é importante abusar do protetor no corpo todo, usar chapéus e evitar horários em que a incidência solar esteja mais forte.
"Pessoas de pele clara, cabelos claros e sardas são mais propensas a desenvolver o câncer de pele. A idade é um fator que também deve ser considerado, pois quanto mais tempo de exposição da pele ao sol, mais envelhecida ela fica, aumentando também a possibilidade de surgimento do câncer não melanoma.", destaca a Dra. Daniela. É importante a avaliação frequente de um especialista (dermatologistas) para acompanhamento das lesões cutâneas.
O câncer de pele não melanoma pode ser classificado em: carcinoma basocelular, que é o tipo mais frequente, em que o crescimento normalmente é mais lento. O diagnóstico se dá usualmente por um aparecimento de uma lesão nodular rosa com aspecto peroláceo na pele exposta do rosto, pescoço e couro cabeludo e carcinoma espinocelular, mais comuns em homens, formando um nódulo que cresce rapidamente e com ulceração (ferida) de difícil cicatrização. "Tanto o carcinoma basocelular quanto o espinocelular ocorrem pela alta exposição dos raios solares e devem ser prevenidos com protetor solar e consultas frequentes com dermatologista".
O câncer de pele melanoma é o mais agressivo. São geralmente os casos que iniciam com o aparecimento de pintas escuras na pele, que apresentam modificações ao longo do tempo. As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o "ABCD"- Assimetria, Bordas irregulares, Cor e Diâmetro. "A doença é de fácil diagnóstico quando existe uma avaliação prévia das pintas", finaliza a Dra.
É recomendável à ressecção cirúrgica destas lesões por especialista habilitado para adequada abordagem das margens ao redor da mesma. Posteriormente, dependendo do estágio da doença, pode ser necessária a realização de tratamento complementar. Quimioterapia ou radioterapia são raramente necessárias visto que, se diagnosticado precocemente, a cirurgia pode resolver na maioria dos casos.