Não há estudos que comprovem malefício ou benefício em relação a tal prática, em se tratando de pessoas saudáveis.
É reconhecida como benéfica a famosa 'siesta' espanhola, também reproduzida em alguns países latino-americanos, mesmo porque um descanso após as refeições é quase um imperativo biológico. A sonolência que ocorre após a alimentação (principalmente após nossa famosa feijoada) nada mais é que a consequência do desvio de fluxo sanguíneo para o território dos vasos do tubo digestivo. O objetivo é aumentar a absorção dos nutrientes ('fazer o quilo', diriam os antigos). Deste modo, a prática é benéfica.
Por outro lado, movimentações excessivas podem dar lugar ao desconforto abdominal, náuseas, cefaléia, entre outros sintomas. Também popularmente reconhecida é a 'congestão' de quem se alimenta e entra na piscina ou praia, prática não recomendada pelos motivos acima explicados.
Em relação ao aparelho digestivo, não é recomendável deitar-se quando a pessoa é portadora de refluxo gastro-esofágico, pois o mesmo pode ser intensificado na posição horizontal.
Quando se ingerem carboidratos em demasia no período noturno, que são alimentos de fácil absorção, é claro que, se não os eliminarmos, através de alguma atividade física, eles se depositarão no organismo, aumentando nossas reservas em forma de tecido gorduroso. Nesse sentido, poderemos ter aumento de peso.
De qualquer maneira, descansar ou não após as refeições tem pouca influência no caso de pessoas que levam a vida ativamente, com alimentação saudável e privilegiando as atividades físicas constantes, estas sim atitudes que melhoram a qualidade de vida.
Roberto Menoli, gastroenterologista