Há muitas diferenças entre homens e mulheres em relação a doenças cardiovasculares - desde sintomas até a incidência destas patologias.
Por exemplo, as mulheres apresentam sintomas muitas vezes imprecisos de angina de peito e até mesmo de infarto, com dores atípicas em locais pouco comuns, diferente da dor no peito em queimação ou aperto, característica destas condições quando presente no homem.
A mulher tem proteção contra a aterosclerose enquanto seu nível de estrogênio estiver normal, por isso, após a menopausa, ocorre um aumento da incidência de infarto e angina nas mulheres, que tende a se igualar a dos homens. Outro fato é que as mulheres têm pior evolução quando são acometidas por infartos se comparadas aos homens, inclusive com mortalidade maior.
Para a detecção de isquemia (falta de sangue em áreas do coração causada por obstruções), usamos o testes provocativos (teste de esforço, cintilografia do miocárdio, ecoestresse), que apresentam particularidades de interpretação nas mulheres.
O tabagismo também é um fator de risco mais importante para as mulheres, bem como o colesterol bom (HDL), quando está baixo.
Em relação ao tratamento, as diferenças também existem. Há casos de angina de peito que não respondem bem ao tratamento convencional, sendo necessária individualização para as mulheres.
Ricardo José Rodrigues, cardiologista