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Doença que faz os cílios nascerem para dentro pode levar à cegueira

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
21 ago 2017 às 16:37

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- Reprodução/Pixabay
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Já imaginou seus cílios constantemente crescendo em direção ao seu globo ocular? O nome médico para esta condição é entrópio, uma alteração anatômica da pálpebra que se caracteriza pela inversão da margem palpebral, ou seja, a borda da pálpebra se inverte fazendo os cílios crescerem para dentro.

Segundo a oftalmologista Tatiana Nahas, especialista em cirurgia de pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o entrópio atinge mais comumente a pálpebra inferior, causando irritação ocular, sensação constante de ter um corpo estranho nos olhos e lacrimejamento. "Além disso, o entrópio pode levar à ceratite (lesão da córnea) e à ulceração da mesma devido ao trauma constante dos cílios contra o globo ocular", diz a médica.

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Como o entrópio surge
O entrópio pode ser congênito (quando surge ao nascimento), senil, cicatricial ou espástico, sendo o mais comum o senil, que aparece como resultado do processo de envelhecimento. Ao envelhecermos, a pele fica mais flácida, o que pode levar à perda da tensão dos músculos. Além disso, há atrofia da gordura do globo ocular.

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Segundo Nahas, o entrópio cicatricial costuma aparecer após o tracoma, uma infecção causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que leva a uma cicatriz tardia de ceratoconjuntivite. O tracoma é a principal causa de entrópio no Brasil. Outras causas estão relacionadas a traumas, queimaduras, processos inflamatórios, acne rosácea ou doença das glândulas de Meibômio.

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"Normalmente, o cicatricial é mais grave e atinge mais a pálpebra superior. O espástico é decorrente de espasmos excessivos da musculatura periocular, forçados ou involuntários, devido a doenças que atingem as células do sistema nervoso, como no blefaroespasmo facial, por exemplo," explica a especialista.


Tratamento
Após o diagnóstico, que deve ser feito por um oftalmologista, o tratamento definitivo é cirúrgico. São indicados lubrificantes oculares e antibióticos tópicos. Entretanto, como o entrópio pode afetar a córnea, o tratamento deve ser feito o mais breve possível, na maioria dos casos.


"A cirurgia é realizada para corrigir a posição da pálpebra e evitar o crescimento dos cílios para dentro. No entrópio espástico podemos usar a toxina botulínica e o afastamento mecânico por meio de fita adesiva. Cada caso irá requerer um tipo de tratamento e só o médico pode indicar a terapêutica mais adequada", comenta a médica.

Mesmo após a cirurgia, alguns pacientes podem apresentar recidiva da condição, ou seja, os cílios podem voltar a nascer para dentro. Nestes casos, é feita uma nova cirurgia.


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