Maio é o mês internacional de combate ao melanoma, o tipo de câncer de pele mais agressivo que existe. O movimento, que teve início nos Estados Unidos, é apoiado pelo Hospital Santa Paula para promover uma campanha de prevenção e conscientização sobre a doença no Brasil por meio do Movimento Dezembro a Dezembro Laranja.
"Da mesma forma que o sol pode deixar boas marquinhas de verão, pode deixar marcas para a vida toda", enfatiza a dermatologista do Hospital Santa Paula Vanessa Mussopapo.
O Movimento Dezembro a Dezembro Laranja faz um alerta sobre os perigos da exposição ao sol sem proteção no ano inteiro, porque o sol não escolhe estação. A ação foi inspirada no Dezembro Laranja, campanha nacional criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para aumentar a conscientização sobre o câncer de pele, caracterizado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele.
O câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil e sua prevalência cresce anualmente. Ele responde por 25% de todos os diagnósticos de câncer no país e está dividido em dois tipos: melanoma e não melanoma.
"O brasileiro, independente da estação do ano, não tem o costume de se proteger adequadamente do sol. Isso faz com que o câncer de pele seja o tipo mais comum e de maior incidência no Brasil. O excesso de exposição ao sol é a principal causa da doença, uma vez que a radiação ultravioleta é a maior responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos. Se detectado precocemente, o câncer de pele pode ser curado com facilidade", explica a dermatologista.
Câncer de pele melanoma
O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos, as células produtoras de melanina, o pigmento que dá cor à pele. Normalmente, surge nas áreas do corpo mais expostas à radiação solar.
Sua letalidade é elevada, porém sua incidência é baixa. São 3 mil novos casos em homens e 2,6 mil novos casos em mulheres. As maiores taxas estimadas em homens e mulheres encontram-se na região Sul.
As chances de cura são de mais de 90% quando diagnosticada precocemente. Isso porque, nos estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor.
Em geral, o melanoma tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos que costumam mudar de cor, de formato ou de tamanho, podendo ainda causar sangramento.
Este câncer está muito ligado a hereditariedade, por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente.
Já o câncer de pele não melanoma tem origem geralmente nas células basais ou escamosas. É o mais incidente entre todos os tipos de câncer nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil e com grandes chances de cura. Vanessa Mussopapo, do Instituto de Oncologia Santa Paula, lista abaixo as cinco dúvidas mais comuns sobre a doença.
Quais os primeiros sinais do câncer de pele?
O câncer de pele é uma doença silenciosa, então é importante ficar atento a pintas ou sinais suspeitos. A doença pode se assemelhar a pintas, eczemas, lesões, uma crosta central e que sangra facilmente, uma pinta preta ou castanha que muda de cor, pinta com bordas irregulares, pinta que aumenta de tamanho, mancha ou ferida que não cicatrizam, etc. Recomenda-se consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo. Uma biópsia pode diagnosticar o câncer da pele.
Como prevenir?
Este câncer, ao contrário de muitos outros, pode ser prevenido na maioria dos casos com o uso de chapéus, camisetas e protetor solar. Se possível, evite a exposição solar entre 10h e 16h. O filtro solar deve ser usado diariamente, em todas as estações do ano, e não somente em horários de lazer ou diversão. É importante que o produto proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. A reaplicação deve ser realizada a cada duas horas em atividades de lazer ao ar livre ou de manhã e antes de sair para o almoço em dias de trabalho.
Existe um grupo de risco para o câncer de pele?
Sim, pessoas de pele clara e sardas são mais suscetíveis. Também devem ficar alertas os indivíduos com antecedentes familiares com histórico da doença, pessoas que sofreram queimaduras solares, pessoas com pintas e aquelas com incapacidade para bronzear.
Bronzeamento artificial pode causar câncer de pele?
As câmaras de bronzeamento artificial por motivações estéticas são proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desde dezembro de 2009. Elas trazem riscos comprovados à saúde e foram reclassificadas como agentes cancerígenos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A prática de bronzeamento artificial antes dos 35 anos aumenta em 75% o risco de câncer da pele, além de acelerar o envelhecimento precoce e provocar outras dermatoses.
Já o bronzeamento a jato é seguro e aprovado pela agência reguladora. O procedimento é feito com produto à base de DHA (dihidroxiacetona) e aplicado sobre a pele com uma pistola conectada a um compressor.
Como é o tratamento?
Há diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer da pele não-melanoma, tais como radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e as medicações orais e atópicas. O tratamento varia conforme o tipo e a extensão da doença. Já no caso do melanoma, o tratamento leva em conta a extensão, agressividade e localização do tumor. As modalidades mais utilizadas são as cirúrgicas e medicações orais.