As mamas masculinas que crescem por alteração hormonal ou acúmulo de gordura fazem parte de uma disfunção conhecida como ginecomastia. O trauma psicológico sofrido por jovens e adolescentes é enorme. Os meninos são submetidos ao tão comentado ''bullying''. Não vão à praia nem à piscina, pois o ato de retirar a camiseta revela as mamas de aspecto feminino, e, mesmo o uso de blusas, passa a ser constrangedor.
A causa mais comum é o aumento nos estrógenos, diminuição nos andrógenos, ou deficit nos receptores androgênicos. Ou seja, os fatores hormonais constituem a causa principal desta disfunção. Outras causas são uso abusivo de álcool, maconha, esteróides e outros medicamentos.
O principal período de incidência é a puberdade e parte destes casos regride até os 18 anos de idade. Os casos relacionados à idade mais avançada têm baixo índice de remissão, e estão mais relacionados ao acúmulo de gordura.
Há três classes de drogas auxiliares no tratamento da ginecomastia, porém resultados satisfatórios não são tão frequentes. Por outro lado, o tratamento cirúrgico se mostra altamente eficaz, com rápida recuperação, cicatrizes pouco aparentes e resultados estéticos considerados, normalmente, satisfatórios.
Quando existe componente gorduroso associado, lançamos mão da lipoaspiração local associada, evitando, assim, deformidades torácicas. Ao considerar o sofrimento psicológico e dificuldade de convívio social do portador de ginecomastia, entendemos que a cirurgia plástica se torna alternativa mais procurada pelos pacientes.
No entanto, devemos lembrar que é de extrema importância o paciente ser avaliado por um endocrinologista, onde serão descartadas causas orgânicas, medicamentosas ou outras menos frequentes.
Henrique Marquezine - cirurgião plástico (Londrina)