A síndrome do piriforme é uma neurite do nervo ciático causada compressão do mesmo nas proximidades do músculo piriforme (que fica na região dos glúteos). O quadro clínico consiste em dor glútea profunda que irradia para a região posterior da coxa. Os pacientes queixam-se da dor quando permanecem sentados por mais de 20 minutos, quando estão com a perna acometida cruzada sobre a outra ou durante caminhadas. Sensação de formigamento dos pés pode estar presente.
Seu diagnóstico é de exclusão já que os métodos para diagnosticá-la não são específicos. Devemos diferenciar a síndrome do piriforme de uma doença na coluna lombar, sacroileíte, e de uma disfunção sacral. Os testes neurofisiológicos como a eletroneuromiografia e os exames de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética) servem para descartar uma discopatia e ou radiculopatia lombar.
O tratamento consiste no repouso, gelo e analgesia aguda com anti-inflamatórios comuns e relaxantes musculares. Alongamentos do piriforme e da musculatura do quadril também contribuem para amenizar o quadro. As manipulações através da osteopatia são bastante eficazes. O tratamento cirúrgico é de exceção e consiste na liberação do músculo piriforme junto ao fêmur e exploração do nervo ciático a fim de liberar bandas fibrosas ou regiões de estenose, seguido de reabilitação fisioterápica.
Rafael Tavares, ortopedista (Londrina)