A incontinência urinária no homem pode ser por lesão do esfíncter urinário ou por hiperatividade da bexiga. O esfíncter urinário é uma válvula muscular que impede a saída indesejada da urina e pode ser lesado em cirurgias, principalmente para tratamento do câncer de próstata. Neste caso, o homem perde urina aos esforços, tosse, espirros ou em casos mais intensos aos pequenos movimentos.
Já a hiperatividade da bexiga desencadeia perdas associadas com a necessidade urgente de urinar, que surge abruptamente. Esta situação é muito presente em pessoas com doenças neurológicas ou em idosos. Em casos muitos raros as duas situações podem ocorrer, ou seja, uma lesão de esfíncter em um homem já com hiperatividade da bexiga.
São inúmeras as pesquisas que demonstram a grande queda na qualidade de vida em homens com incontinência urinária. Em tratamentos radicais para o câncer de próstata, onde os homens podem apresentar impotência sexual e incontinência urinaria, são as perdas urinárias que mais atrapalham a qualidade de vida. O homem limita a sua vida para intervalos e atividades onde possa estar perto de um banheiro e mesmo assim as perdas urinárias ocorrem. Assim, acaba obrigado a usar protetores, proteger o colchão da cama e trocar de roupa várias vezes ao dia. Na verdade, os transtornos higiênicos, psicológicos, sociais e financeiros, decorrentes da incontinência urinária, abalam toda a família e consequentemente a vida sexual do casal. Também a perda da auto-estima, que é maior do que a observada na presença de depressão, hipertensão ou mesmo diabetes mellitus, afeta de modo importante o desempenho sexual.
O tratamento da incontinência urinária masculina progrediu muito nos últimos anos e atualmente após a determinação da causa e, dependendo da intensidade das perdas, se utiliza medicamentos, fisioterapia ou cirurgias. É importante explicar que esses tratamentos estão disponíveis até mesmo no SUS. Após a melhora da incontinência urinária a atividade sexual progressivamente melhora. Os homens não devem, portanto, persistir no sofrimento da incontinência urinária.
Silvio Henrique Maia de Almeida, urologista