O cortisol é um dos hormônios que se eleva em situações repetitivas de estresse e pode fazer engordar. Também pode se elevar no organismo por causa da doença de cushing ou por uma doença da hipófise, que estimula todas as glândulas do corpo, inclusive a supra-renal, causando esse excesso de cortisol. Pode ocorrer ainda quando se utiliza excesso de corticosteróides em doenças como a asma, artrite, tireoidite, lupus, entre outras auto-imunes.
O excesso de cortisol vai levar a um acúmulo de tecido gorduroso no abdômen e na face tornando as extremidades (pernas e braços) mais finas do que o normal. Além disso, vai alterar o metabolismo ósseo causando osteoporose (perda de massa óssea com grande risco para fraturas) e também o metabolismo lipídico (aumentando colesterol e os triglicerídeos), precipitando ainda o diagnóstico de hipertensão arterial e levando ao diabetes a longo prazo.
O diabetes ocorre devido à insulina começar a não funcionar bem no organismo com obesidade abdominal, o que vai causar um prejuízo na produção deste hormônio passando a elevar a glicemia ao longo do tempo. Este tipo de diabetes pode ser reversível. Existe uma síndrome psiquiátrica chamada síndrome do comedor noturno, que parece estar associada a uma elevação do cortisol, não caracterizando uma doença hormonal, mas sim uma doença de fundo psíquico. Ela atinge especialmente homens muito estressados e que não comem durante o dia, deixando para se alimentar mais à noite de forma a gerar obesidade abdominal, o que atrapalharia a ação normal da insulina. Um quadro de depressão atípica, em que se come muito e aparece a obesidade ao invés do emagrecimento, que é mais comum, também parece fazer oscilar aumentando o nível do cortisol.
José Cervantes - endocrinologista (Apucarana)