Alguns cuidados são necessários. Em primeiro lugar vale lembrar que, embora o vínculo matrimonial seja desfeito, as relações de afeto entre pais e filhos são indissolúveis. Portanto, não existem ''ex-pais'' ou ''ex-filhos'' e a noção de pertencimento aos pais fortalece e tranquiliza as crianças.
É um momento em que as questões do casal ficam em segundo plano, e os pais precisam relatar aos filhos a decisão que tomaram sem muito detalhamento, porém, atentos à verdade e sem apelos emocionais. As crianças precisam saber que não causaram a separação, isso evita que se sintam culpadas. Podem ser encorajadas a expressar os sentimentos frente à nova situação, sem julgamento ou reprovação, e em caso de dificuldade os pais podem admitir os próprios sentimentos de tristeza, confusão e raiva. E que todos ficarão bem.
Questões como arranjos de guarda e visitas devem ser conversados com tranquilidade, salvaguardando que a provisão física, financeira, emocional e a educação dos filhos serão decididas sempre por ambos. Ou seja, o cuidado e atenção não serão afetados e mesmo residindo em lugar diferente o genitor ausente estará sempre participando. É preciso também respeito entre os pais. Na medida do possível, devem evitar comentários que desvalorizem o outro, sobretudo na presença dos filhos.
Independente da idade, os filhos sofrem quando enfrentam esta situação e as manifestações deste sofrimento podem ser variadas, imediatas ou não. O importante é que os pais estejam atentos à influencia que exercem sobre os filhos e, a despeito da separação, o futuro deles depende dos pais e se formam através deles.
Wilma Silva Ribeiro - psicóloga (Londrina)