Em algumas épocas do ano, principalmente no frio, a conjuntivite viral torna-se comum. A doença é contagiosa e ocorre em surtos epidêmicos. As formas típicas de conjuntivite viral são a cerato-conjuntivite epidêmica e a febre faringo-conjuntival, causadas por adenovirus. A conjuntivite viral costuma aparecer em quem teve contato com alguém contaminado ou em pessoas que recentemente sofreram com gripes ou infecções respiratórias.
Não existem maneiras de evitar o contágio, mas algumas medidas são importantes. Evitar ambientes fechados com aglomeração, ar-condicionado, e não tocar em objetos logo após terem sido manuseados por pessoas com conjuntivite. Caso isso ocorra, lave as mãos com água e sabão.
Os sintomas mais comuns são: vermelhidão, coceira, ardência, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento, inchaço, vermelhidão nas pálpebras e secreção esbranquiçada. O período de incubação do vírus é de quatro a sete dias, e a fase aguda dura em média dez dias após o início dos sintomas, quando há maior risco de contágio para outras pessoas. Neste momento, deve-se evitar contato próximo com crianças, evitar beijo no rosto, separar toalhas e travesseiro e evitar usar maquiagem. Lavar bem as mãos após ter contato com os olhos ajuda muito a não contagiar outras pessoas.
A vermelhidão pode durar de duas a três semanas, já com melhora dos sintomas. Neste período há maior fotofobia, portanto, é recomendado o uso de óculos escuros. Suspenda o uso de lentes de contato, voltando a usá-las após a permissão do oftalmologista.
O tratamento é feito com colírios indicados pelo oftalmologista, e compressas frias, que auxiliam no alívio da ardência e coceira, além de ingestão abundante de líquidos.
A piora dos sintomas nos primeiros dias após o início do quadro é comum, mesmo com o tratamento. Muita gente faz uso da água boricada para limpeza e compressas. No entanto, ela possui uma série de conservantes que podem provocar reação alérgica. Deve-se usar água comum e fria para ajudar a desinflamar e a desinchar os olhos.
Pessoas com resistência mais baixa podem ter um quadro mais grave de conjuntivite, com o surgimento de pseudomembranas. Outra complicação que ocorre é a superinfecção bacteriana, necessitando que sejam usados colírios antibióticos. Na dúvida, consulte um oftalmologista.
Fábio Slompo Ramos, oftalmologista