O apoio psicológico durante a reabilitação do amputado é fundamental tanto para o paciente como para sua família. Para o paciente, a importância está na sensibilização para o tratamento, na aprendizagem de novos modelos de vida para superar os desafios impostos pela amputação.
A pessoa que perde um órgão sofre modificações bruscas em sua vida, afetando diretamente seu comportamento e a maneira de agir. Indivíduos que passam por uma amputação de membro têm o desafio de se ajustar psicologicamente de algum modo à perda desse membro.
O apoio da família e do grupo social é fundamental para o sucesso da reabilitação, o indivíduo busca nos relacionamentos a confiança e a aceitação de suas limitações, além de sentir-se mais amado e estimado, com sensação de controle de sua própria vida.
Muitos pacientes se adaptam favoravelmente à reabilitação, principalmente quando se sentem amparados por uma rede de relações afetivas, vividas no âmbito familiar. Vale ressaltar que os familiares também precisam de apoio para aprender a lidar com a nova situação, pois as mudanças estendem-se a todos os membros da família.
Há alguns fenômenos psicológicos que podem ocorrer com o indivíduo em virtude da perda de um membro, que são considerados mecanismos acionados pela pessoa para suportar a situação traumática. Estas reações emocionais podem ser a negação, a raiva, a culpa, o sentimento de impotência, e por fim a aceitação.
A aceitação tanto da deficiência como das limitações impostas por ela é um dos melhores indicadores de ajustamento positivo após a amputação. Se o paciente consegue aceitar a sua nova condição, fica mais fácil encarar as atividades com naturalidade e vencer os desafios, e desse modo, a reinserção social é mais efetiva.
Mariane Bonato, psicóloga (Curitiba)