Recentemente dei uma palestra sobre esse tema em uma escola e ficou claro o quanto este problema atinge os alunos, interfere na dinâmica escolar e pode causar traumas irreversíveis às vitimas do bullying. A definição que considero adequada para o bullying é a intenção consciente e deliberada de maltratar outra pessoa e colocá-la sob tensão.
Se seu filho foi vítima deste comportamento agressivo, é importante que converse com ele, veja a extensão do problema, se está acontecendo ainda. É necessário que observe a mudança no seu comportamento que também servirá de parâmetro para perceber a gravidade do problema.
É importante perceber que as crianças que são vítimas são escolhidas por terem algumas características particulares. Não sei se seu filho se encaixa ou não no perfil, mas são crianças que normalmente podem ter estatura menor, são tímidas, inseguras, estão em minoria no grupo, tem pouca habilidade para se defender e apresentam fragilidade frente ao agressor.
O agressor age desta maneira, segundo os estudos realizados, por vários motivos, entre eles a necessidade de reproduzir os maus tratos sofridos, tanto na escola como em casa; pela ausência de modelos educativos que levam a comportamentos tolerantes, que favoreçam a aceitação das diferenças individuais. O agressor também age assim por egoísmo, falta de empatia e pela falta de habilidade para negociar a satisfação dos seus desejos.
É de extrema importância que seu filho tenha algum professor ou alguém de confiança para servir como porto seguro, caso este problema aconteça novamente. O psicólogo pode ajudar muito na superação do problema e orientar pais e escola sobre a melhor maneira de agir nestes casos, lembrando que o agressor também precisa de ajuda, e de muita ajuda.
Elsie Silva - psicóloga (Londrina)