A infecção urinária (IU) é uma das mais frequentes doenças infecciosas, sendo que, ao longo da vida, de 30% a 50% das mulheres terão pelo menos um episódio de IU. Os sintomas são dor e urgência de urinar, necessidade de urinar várias vezes e dor no baixo ventre.
Nas mulheres jovens o principal fator de risco é a atividade sexual, já que o efeito mecânico ocasionalmente leva bactérias da parte final da uretra para a bexiga. Mas é importante esclarecer que a IU não é uma doença sexualmente transmissível.
Outras situações que aumentam a chance de uma mulher ter cistite são: ocorrência de primeiro episódio de IU na infância, histórico de infecção urinária da mãe (predisposição genética), higiene deficiente, uso de creme espermicida vaginal e gravidez (1% a 4% das gestantes desenvolvem IU). Nas mulheres idosas, os fatores de risco estão menos relacionados com a atividade sexual e mais associados ao diabetes, ao passado de infecção urinária recorrente, incontinência urinária e deficiência hormonal.
No tratamento clássico utilizam-se antibióticos por sete a dez dias, mas como a infecção é geralmente superficial, pode-se muitas vezes fazer o tratamento por três dias.
As mulheres com episódios repetidos de IU, usuárias de espermicidas vaginais, devem evitar seu uso. De um modo geral, procurar esvaziar a bexiga periodicamente, principalmente após as relações sexuais, também evita a IU. A ingestão de água deve ser adequada também (cerca de 2 litros de água por dia).
Salienta-se que em algumas pessoas com IU de repetição pode ser necessário utilizar medicamentos por longos períodos. Nas pessoas com clara relação entre o coito e a infecção urinária, pode-se fazer uso de medicamentos pós coito. Já nas menopausadas, o uso de hormônio pode reduzir o risco de novos episódios.
Marcelo Mendonça, ginecologista