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Ela pode se manifestar com várias faces e a importância disto é reconhecê-la em patologias (doenças) específicas para um tratamento adequado, especialmente quando vem associada à obesidade. Entre as principais doenças estão a bulimia, o transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) e a síndrome do comer noturno (SCN).
Normalmente acontecem como uma alta ingestão de alimentos ou de calorias num curto espaço de tempo, e de forma repetitiva, tanto na bulimia como no TCAP. Na SCN existe o hábito noturno de ''beliscar'' alimentos ricos em carboidratos e gorduras como doces e massas de forma repetitiva durante a madrugada. Isso está associado à insônia, anorexia pela manhã, e comendo-se pouco durante o dia todo, o que determina alterações metabólicas (hipoglicemias -''açucar baixo no sangue'') relacionadas à fadiga, mal humor, irritabilidade.
No TCAP, a compulsão alimentar pode ocorrer em qualquer horário e é mais comum em mulheres. Normalmente esses ataques de comer são realizados às escondidas dos familiares e amigos e, envoltos de intensa culpa moral, são um golpe à auto-estima. Além de poderem vir associados a depressão e a ansiedade, podem também resultar nessas mesmas doenças.
Na SCN parece haver nítida relação com o estresse e alterações neuroendócrinas (cerebrais e hormonais), como a síndrome plurimetabólica (hipertensão, diabetes, triglicérides, colesterol elevados, aumento do risco de infartos), podendo levar à obesidade mórbida. No TCAP existe uma avaliação indevida sobre a forma do próprio corpo e do peso (muitas vezes a pessoa não está obesa) e uma intensa auto-crítica e perfeccionismo em relação este corpo que ''parece que sofre'', sendo o sofrimento maior, muitas vezes, do emocional.
José O. Cervantes Loli - endocrinologista e metabologista, especialista em Medicina Psicossomática