A cirurgia ortopédica vem se tornando mais frequente e mais complexa. O desenvolvimento técnico de próteses, equipamento e tecnologia anestésica e controles pré-operatórios somam-se às mudanças etárias da população transformando em rotina o que era exceção até a poucos anos: cirurgias ortopédicas de grande porte em pacientes idosos.
A própria condição clínica pré-operatória pode variar conforme o tipo de afecção do paciente. Não há como comparar o paciente avaliado no consultório no preparo de uma cirurgia eletiva ou mesmo de grande porte, como as próteses totais de quadril ou joelho com aquele atendido no pronto-atendimento em condição cirúrgica de urgência após uma fratura ou trauma.
Não obstante estas diferenças, os grandes fatores clínicos de complicação pré-operatória são aproximadamente os mesmos, e identificá-los e tratá-los é uma das mais importantes funções do médico. O cuidado na identificação e controle das limitações orgânicas individuais preexistentes e o cuidado quanto à possibilidade de trombose venosa profunda, embolia pulmonar, complicações cardiológicas e respiratórias, indicação e risco de transfusão de sangue, infecções, delírio e demência devem acompanhar sempre a atenção clínica que se presta a um idoso no pré-operatório.
Apesar dos riscos, procedimentos desenvolvidos com prontidão têm efeito positivo na evolução destes pacientes. A atenção coordenada integrada por equipe clínica/geriátrica, equipe ortopédica, anestésica, intensivistas e demais profissionais de saúde pode ser altamente benéfica neste grupo de pacientes.
Paulo Marcel Yoshii - ortopedista (Londrina)