Em pauta com o Dia Nacional da Esclerose Múltipla, dia 30 de agosto, a coordenadora do Ambulatório de Neuroimunologia do Hospital Santa Marcelina, a médica Ana Piccolo, tira dúvidas sobre alguns fatos da doença.
Atualmente, a doença é autoimune e atinge 15 indivíduos a cada 100 mil habitantes no Brasil, ela inflama o sistema nervoso central e que atinge 2,5 milhões de pessoas no mundo. Alguns cientistas acreditam que a patologia é resultado de uma combinação de fatores imunológicos, ambientais, infecciosos e genéticos, embora a causa real seja desconhecida;
Atenção à depressão
É grande a incidência de depressão em pessoas com esclerose múltipla, pois se trata de uma patologia sem cura, que impõe alguns desafios àqueles em quem ela se manifesta como fraqueza muscular, alteração do equilíbrio e comprometimento neurológico.
De causa desconhecida, a patologia é considerada crônica e recorrente, com surtos e sintomas que variam de pessoa para pessoa, mas influenciam diretamente na qualidade de vida dos indivíduos.
Mais mulheres
A EM atinge duas vezes mais mulheres do que homens e, em média, é diagnosticada aos 30 anos, embora possa acometer desde crianças até pessoas mais idosas. Pelo fato de ser uma doença com diagnóstico tardio, muitas vezes, isso acaba por dificultar o tratamento da doença. "Estudos com animais apontam que as fêmeas têm uma predisposição genética imunológica para a doença, e os fatores hormonais também influenciam, mas a doença se manifesta de forma mais agressiva em homens", aponta a neurologista.
Tratamento
Hoje os pacientes contam com opções eficazes de tratamento para controlar a doença e os surtos. Vale destacar a terapia que foi incorporada recentemente ao rol de medicamento do Sistema Único de Saúde (SUS), a teriflunomida, devendo chegar aos usuários do SUS em breve. A teriflunomida, que é um medicamento oral, é indicado para o tratamento de pacientes com as formas recorrentes de esclerose múltipla, para reduzir a frequência dos surtos e para retardar o acúmulo de incapacidade física.