Os fatores hereditários são responsáveis por 60% dos casos de surdez em crianças. Os outros 40% são por motivos ambientais, ou seja, infecções adquiridas pela mãe durante a gestação, incluindo rubéola, sarampo, varicela, ou diabetes, o uso de álcool, drogas, medicamentos tóxicos ao ouvido, complicações durante o parto, sofrimento fetal, falta de oxigênio, nascimento prematuro, circular de cordão umbilical e meningite na infância, conforme explica a médica otorrinolaringologista e Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Dra. Jeanne Oiticica.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) o total de pessoas surdas em 2015, no Brasil, era de 28 milhões (14%), e 360 milhões em todo mundo. A cada ano, surge cerca de 1% de novos casos de deficiência auditiva. A prevalência salta para mais de 33% quando considerados indivíduos maiores de 65 anos, o que corresponde a 1/3 dos idosos, segundo dados da OMS 2012.
O acompanhamento médico é essencial, já que a surdez ao nascimento, em geral, tem tratamento, possibilitando a reabilitação desses bebês com deficiência auditiva.
"O sucesso do tratamento passa pelo diagnóstico e reabilitação o mais precocemente possível. Quanto mais cedo um indivíduo com deficiência auditiva for diagnosticado e reabilitado, melhor será sua recuperação, além da fala, cognição, memória, atenção, inserção social", explica a especialista.
O tratamento varia caso a caso. Pode incluir o uso de aparelhos de amplificação sonora, implante coclear, implante de tronco, próteses osteoancoradas, dentre outros. "O pré-natal é essencial para garantir uma gestação tranquila e saudável tanto para a mãe quanto para a criança, já que hoje temos ao nosso alcance exames de qualidade que possibilitam ao médico o diagnóstico mesmo antes da criança nascer".