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Cardiologista desvenda mitos e verdades das doenças que mais matam

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
13 ago 2019 às 15:54

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Responsáveis por mais mortes do que câncer, guerras e álcool, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), os problemas cardiovasculares são a principal causa de óbitos. Por ano, de acordo com números do DataSUS, 360 mil brasileiros morrem por doenças desse tipo, sendo as principais o infarto aguado do miocárdio, enfermidades hipertensivas, insuficiência cardíaca e miocardiopatias.

Em 14 de agosto, comemora-se o Dia Nacional do Cardiologista, profissional dedicado à redução dos óbitos de causa cardiovascular. O presidente da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), dr. José Francisco Kerr Saraiva, ressalta que as principais causas dessas enfermidades são evitáveis: tabagismo, uso excessivo de álcool, sedentarismo e má alimentação, que favorecem hipertensão, diabetes, obesidade e colesterol elevado. Ele ainda apresenta uma lista de mitos e verdades sobre o tema, confira:

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Mito. Apesar de serem muito raros, existem casos em que o órgão é acometido pela doença. Em sua grande maioria, são tumores benignos e podem ser tratados com cirurgia. O câncer de coração, normalmente, ocorre após metástase de linfomas, sarcomas, melanomas e neoplasias de mama ou pulmão.

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Doenças cardíacas em mulheres são mais fatais


Verdade. Os problemas cardiovasculares são a principal causa de mortalidade feminina no Brasil. Vale ressaltar que o público feminino tem sintomas mais sutis, como náusea e dor no pescoço, costas ou mandíbula. Isso acaba gerando confusão no diagnóstico e demora na busca por atendimento. Segundo a OMS, 8,5 milhões de mulheres morrem, anualmente, em todo o mundo, em decorrência de problemas no sistema cardiovascular. No Brasil, em 2017, foram 170,8 mil óbitos femininos.

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Bebidas energéticas não alteram os batimentos cardíacos


Mito. Uma lata dessa substância já é o bastante para que o coração se esforce mais do que o normal. E isso independe de fatores de risco para infarto, como obesidade, diabetes, sedentarismo e hipertensão. Os energéticos podem causar aumento de frequência cardíaca, alterações de pressão arterial e arritmias. A mistura dessa bebida com álcool pode ser ainda mais perigosa ao coração.

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Inverno aumenta risco cardiovascular


Verdade. Principalmente idosos, cardiopatas e moradores em situação de rua têm as baixas temperaturas como agravante no risco de infartos. Isso porque o organismo aumenta a atividade metabólica para produzir mais calor para o corpo e o frio induz ao espasmo das artérias coronárias, podendo desencadear em insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio ou arritmias. Mas não é só o inverno que age desta maneira no corpo: mudanças bruscas de temperatura, em geral, são prejudiciais para coração.

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Indivíduos saudáveis não correm risco de infarto


Mito. Um paciente com cardiopatia congênita ou adquirida não diagnosticada pode sim sofrer infarto fulminante. Uma estimativa da American Heart Association mostra que apenas 10% dos pacientes sobrevivem quando o evento cardiovascular ocorre em local público. Em residências, o índice cai para 6%.

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Ansiedade pode causar infarto


Verdade. Em jogos de futebol, por exemplo, torcedores que ficam muito ansiosos aumentam as chances de infarto. O grande problema é quando isso ocorre em indivíduos com doença preexistente, porque há risco de morte súbita.

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Coração não tem relação com emoções


Mito. Um estudo apresentado durante o 40º Congresso da Socesp mostrou que guardar mágoas eleva o risco de infarto do miocárdio. Segundo a pesquisa, o perdão e a fé ajudam na saúde cardiovascular. As mágoas são geradoras de estresse, que provocam reações fisiológicas de defesa no organismo, com liberação de adrenalina e noradrenalina.


O café faz mal ao coração


Depende. A cafeína deve ser consumida com muita cautela. Apesar de ter polifenol, uma substância antioxidante, que reduz risco de doenças cardíacas, o consumo excessivo pode provocar efeitos adversos ao organismo. Pacientes com alterações cardíacas podem apresentar aumento no nível de colesterol circulante, insônia e, se combinado com açúcar, o cafezinho se torna vilão do diabetes. No entanto, a ingestão de três xícaras de 40 mL por dia, no caso de café expresso, e três de 110 a 150 mL de café filtrado, quando não há restrição médica, não é prejudicial e pode até ser benéfica, reduzindo os níveis elevados de pressão arterial e, também, a mortalidade cardiovascular.


Atividade física pode ser realizada sem supervisão médica


Mito. Apesar de a prática de esportes ser indicada para que o paciente tenha benefícios à saúde, é preciso se cuidar para que o esforço físico não acarrete em um problema cardiovascular. Por isso, antes de iniciar qualquer rotina de atividade física, exames clínicos devem ser realizados previamente, tanto em crianças como em mais velhos.


Dieta e estilo saudável de vida influenciam na saúde cardíaca


Verdade. Essas talvez sejam as melhores alternativas para combater as doenças do coração. A alimentação saudável e os exercícios físicos auxiliam na redução de colesterol, diabetes e pressão alta, além de espantar o sedentarismo, importantes fatores de risco para o infarto.


Chocolate é um aliado do coração


Depende. A ingestão do alimento se relaciona à produção deserotonina e feniletilamina, neurotransmissores ligados ao ânimo e à disposição. Mas o consumo exagerado é prejudicial, já que o chocolate é altamente calórico e tem muita concentração de açúcar. Algumas marcas ainda agregam a gordura trans, perigosa para a saúde. Cada 100 gramas podem conter de 350 a 500 calorias. O chocolate amargo tem efeitos benéficos ao coração: alguns estudos mostram que ele reduz a pressão arterial, além de proteger o órgão do envelhecimento causado por radicais livres.


Uma morte a cada 40 segundos

De acordo com dados do DataSUS, em 2017 ocorreram 358 mil mortes causadas por doenças do aparelho circulatório no Brasil. Significa dizer que um a cada três óbitos tem como causa problemas cardiovasculares. "É um número alto e simboliza uma morte a cada 40 segundos proveniente de doenças que podem ser diagnosticadas e controladas. Somente a prevenção, com adoção de práticas saudáveis, o diagnóstico e o tratamento podem reverter essa situação", afirma Dr. José Francisco Kerr Saraiva, presidente da Socesp.


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