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Câncer de tireoide exige cuidados rigorosos

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
28 ago 2017 às 16:51

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- Reprodução/Shutterstock
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Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o câncer de tireoide exige cuidados rigorosos e pode ser agressivo, de acordo com o oncologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Artur Malzyner. Com 39 anos de experiência na área e autor de diversos livros, Malzyner é enfático ao afirmar que este carcinoma - a neoplasia maligna mais comum do sistema endócrino - não tem nada de bonzinho.

"Sem dúvida, é um tipo de câncer melhor que muitos outros. Poucos pacientes falecem em decorrência deste problema nos dias de hoje. Mas, não dá para dizer: fique tranquilo, que nada vai te acontecer", argumenta o médico. "Câncer bonzinho é aquele inócuo, que, mesmo sem tratamento, evolui bem; e não é o caso. Posso dizer que o câncer de tireoide é bem domável", complementa.

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De acordo com Malzyner, este tipo de neoplasia representa de 3 a 5% dos cânceres hoje diagnosticados no mundo e tem o índice de mortalidade menor no universo dos tumores malignos. Nos Estados Unidos, a estimativa para 2017 é de 55 mil novos casos. No Brasil, é o oitavo mais comum na população feminina (excluindo os tumores de pele não melanoma), sendo que, em 2016, foram estimados cerca de 7 mil novos casos.

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São quatro os tipos de tumores na tireoide: papilífero, folicular, medular e anaplásico. Os dois primeiros são considerados diferenciados e com menor gravidade. O último, mais raro, é, em geral, agressivo e com índice de mortalidade elevado.

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O papilífero corresponde a cerca de 70% dos casos, com diagnóstico frequentemente em mulheres (três vezes mais afetadas que os homens), entre 30 e 60 anos. No adulto idoso é mais agressivo. O folicular é menos frequente, de 10 a 15% dos casos, comum entre 40 e 60 anos, sendo o público feminino mais atingido do que o masculino e 90% dos pacientes ficam curados. Uma pequena porcentagem tem recaída ou metástase.


O medular representa até 5% dos casos, podendo ser transmitido geneticamente em 25% dos casos. Já o carcinoma anaplásico, o mais raro e agressivo, atinge de 2 a 3% dos casos e maior incidência em pacientes mais velhos.

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De acordo com dados recentes da Sociedade Americana de Câncer, nos tumores pequenos, é incomum ter algum problema. Os mais avançados do tipo papilífero têm um índice baixo de mortalidade, em torno de 7 a 10% em cinco anos e nos mais avançados (com metástase), apenas 50% se curam. O folicular é semelhante e os tumores medulares apresentam o mesmo comportamento, mas na metástase apenas 25% conseguem obter êxito. Genericamente, de 10 a 30% dos pacientes falecem em 10 anos e com metástase 50% apenas sobrevivem no mesmo período.


O tratamento dos tumores de tireoide se baseia na retirada de parte ou toda a glândula (denominada tireoidectomia total ou parcial) e, de acordo com a extensão da doença, o paciente deve receber iodoradioativo, administrado uma, duas ou mais vezes, dependendo da circunstância e da gravidade do caso para consolidar o tratamento. Após estes procedimentos, é indispensável ingerir um comprimido de hormônio sintético todos os dias até o fim da vida.

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"Com a cirurgia e o tratamento radioativo, a imensa maioria fica boa", garante Malzyner, que alerta que nem sempre é fácil recolocar o hormônio no organismo dos pacientes e acertar a dose do remédio. "As vezes é um problema. Não é sempre rápida a adaptação ao hormônio sintético."


Nos últimos anos, os diagnósticos de câncer de tireoide vêm aumentando no País e nos Estados Unidos, em decorrência, entre outros fatores, da exposição ao raio X. "As pessoas também estão mais conscientes e procuram com maior frequência o médico. Além disso, a disseminação do uso do ultrassom permitiu encontrar mais facilmente os tumores de tireoide", finaliza.

Fique atento para os seguintes sinais e sintomas do câncer de tireoide: nódulo no pescoço, que às vezes cresce depressa; dor na parte da frente do pescoço, que às vezes irradia para os ouvidos; rouquidão ou mudança no timbre de voz que não desaparece com o tempo; dificuldade para engolir; dificuldade para respirar (com a sensação de que se está respirando por um canudinho) e tosse que não para e não tem qualquer relação com a gripe. "Tratando corretamente, as chances são realmente muito boas de cura", reforça Malzyner.


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