Ao contrário do que muitos pensam, a incidência dos raios UVA e UVB – vilões para a pele - ocorrem não apenas no verão, mas em todas as estações do ano. O período de altas temperaturas está no fim, mas os cuidados para evitar a exposição ao sol devem permanecer para diminuir as chances de contrair um câncer de pele.
Nos últimos dias, atores como o norte-americano Hugh Jackman – conhecido pelo personagem Wolverine e em cartaz nos cinemas com o filme Logan -, o humorista Paulo Gustavo – protagonista do filme Minha mãe é uma peça -, estamparam as manchetes dos principais veículos com depoimentos sobre a experiência que tiveram com o câncer de pele e, principalmente, a importância do protetor solar no dia a dia.
Câncer de pele
De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), o câncer de pele é mais comum em pessoas de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares ou com doenças cutâneas prévias, com idade igual ou acima de 40 anos, sendo considerado raro em crianças e negros (exceto portadores de enfermidades cutâneas anteriores). A cura de pacientes está diretamente ligada ao diagnóstico e tratamento precoces, pois se observa melhores resultados quando feitos em estágios iniciais.
O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele originado pelas células que produzem a melanina, substância responsável pela cor da derme. Embora a doença seja a mais frequente no Brasil, corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados, a melanoma apresenta 3% das neoplasias malignas da pele, apesar de ser o mais grave devido a sua alta chance de metástase.
Em 2016, a estimativa de novos casos tipo melanoma foi de 5.670, sendo 3.000 em homens e 2.670 em mulheres. Já o tumor não-melanoma é o de maior incidência e mais baixa mortalidade. Ainda segundo o órgão, também no ano passado, a estimativa de novos casos era de 175.760, sendo 80.850 em homens e 94.910 para mulheres.
Entre os principais sintomas do câncer de pele, de acordo com o oncologista Amândio Soares, destaca "o espessamento da pele que se apresenta elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida. Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho. Uma mancha ou ferida que não cicatriza que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento", pontua.
Para se prevenir do câncer de pele, é necessário evitar a exposição ao sol sem proteção para a pele. "Também é importante evitar a exposição solar em horários em que os raios ultravioletas são mais intensos, ou seja, das 10 às 16 horas. No caso do uso de filtros solares, sugerimos a reaplicação a cada duas horas. O ideal é que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15, variando de pele para pele", explica o médico.
A principal forma de combater o câncer é basicamente a remoção cirúrgica da lesão. O tratamento tópico ou radioterapia também podem ser realizados. "Mas a solução deve ser decidida com cautela e somente por um profissional especialista. Nada de resolver o problema de forma caseira e/ou através da automedicação", diz o médico.